Arqueologia subaquática na Baía de Todos os Santos
por Gilson Rambelli (Depto. de Antropologia e Etnologia da UFBa)
A Arqueologia Subaquática é Arqueologia! Esse é o ponto de partida de nossa reflexão.
Durante muito tempo o ambiente aquático, sobretudo o marinho, foi considerado um ambiente intransponível. Essa concepção, carregada de simbolismos, foi construída ao longo de milênios, em diferentes sociedades, e irá influenciar na maneira como as pessoas, hoje, pensam o mar, e, em particular, o fundo do mar.
Os testemunhos da aventura humana sobre o planeta que se encontram submersos, por diferentes motivos, foram considerados como coisas perdidas, até bem pouco tempo. Assim, a possibilidade de se fazer estudos arqueológicos desses vestígios foi substituída pela fantasia de se recuperar tesouros perdidos.
O problema dessa visão romântica sobre os sítios arqueológicos subaquáticos é que ela tem contribuído para a destruição desse patrimônio cultural, principalmente aqui, em Salvador, e na Baía de Todos os Santos.
Todo sítio arqueológico é patrimônio público! Pertence a todos nós! E com uma característica que deve ser ressaltada: eles são únicos e não renováveis. Ou seja, uma vez destruídos, é para sempre. Não podemos mais conceber, em pleno século XXI, que o fundo do mar e os testemunhos de atividades humanas pretéritas, como os restos de naufrágios, por exemplo, sejam considerados terra de ninguém.
Ora, o ambiente aquático não é mais tão intransponível assim. Ele está cada vez mais acessível. O mergulho recreativo comprova bem isso. Cada vez mais pessoas aprendem a mergulhar, de forma que, hoje, ninguém mais pode, e nem tem esse direito, explorar esses bens submersos em benefício próprio, como se fazia no século XIX e no começo do século XX.
Quem deve estar atento a esse tipo de problema é a sociedade, merecedora de todos os esforços da Arqueologia, da Arqueologia Subaquática, para a produção do conhecimento sobre esse patrimônio cultural, e não somente os especialistas.
Urge uma mudança de mentalidade e de atitude em prol do patrimônio cultural subaquático, se não ele desaparecerá, literalmente, debaixo de nossos olhos.
Leituras Adicionais:
Durante muito tempo o ambiente aquático, sobretudo o marinho, foi considerado um ambiente intransponível. Essa concepção, carregada de simbolismos, foi construída ao longo de milênios, em diferentes sociedades, e irá influenciar na maneira como as pessoas, hoje, pensam o mar, e, em particular, o fundo do mar.
Os testemunhos da aventura humana sobre o planeta que se encontram submersos, por diferentes motivos, foram considerados como coisas perdidas, até bem pouco tempo. Assim, a possibilidade de se fazer estudos arqueológicos desses vestígios foi substituída pela fantasia de se recuperar tesouros perdidos.
O problema dessa visão romântica sobre os sítios arqueológicos subaquáticos é que ela tem contribuído para a destruição desse patrimônio cultural, principalmente aqui, em Salvador, e na Baía de Todos os Santos.
Todo sítio arqueológico é patrimônio público! Pertence a todos nós! E com uma característica que deve ser ressaltada: eles são únicos e não renováveis. Ou seja, uma vez destruídos, é para sempre. Não podemos mais conceber, em pleno século XXI, que o fundo do mar e os testemunhos de atividades humanas pretéritas, como os restos de naufrágios, por exemplo, sejam considerados terra de ninguém.
Ora, o ambiente aquático não é mais tão intransponível assim. Ele está cada vez mais acessível. O mergulho recreativo comprova bem isso. Cada vez mais pessoas aprendem a mergulhar, de forma que, hoje, ninguém mais pode, e nem tem esse direito, explorar esses bens submersos em benefício próprio, como se fazia no século XIX e no começo do século XX.
Quem deve estar atento a esse tipo de problema é a sociedade, merecedora de todos os esforços da Arqueologia, da Arqueologia Subaquática, para a produção do conhecimento sobre esse patrimônio cultural, e não somente os especialistas.
Urge uma mudança de mentalidade e de atitude em prol do patrimônio cultural subaquático, se não ele desaparecerá, literalmente, debaixo de nossos olhos.
Leituras Adicionais:
Bass, George F.. Arqueologia subaquática. Lisboa: Verbo, 1966.
Rambelli, Gilson. Arqueologia até debaixo d’água. São Paulo: Maranta, 2002.
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