Wednesday, September 02, 2009

Resumo Café - 10/08/2009

Para que serve a antropologia?

Prof. Dr. Cláudio Luiz Pereira (Antropólogo CEAO/UFBA – Professor do POSAFRO/UFBA).

A sessão começara com o compartilhamento de uma incerteza (para que serve a antropologia?) e explorará as razões pelas quais essa ciência tem se constituído em um corpo de conhecimento fundamental no mundo de hoje. Formada, a partir de fins do século XIX, como uma matriz disciplinar poliparadigmática, a antropologia, nos dia atuais, passou a ter distintas facetas, atuações ou responsabilidades: podendo-se, assim, abordá-la como um campo disciplinar (e também de trabalho, de pesquisa, editorial, etc) em torno do qual circula certo capital científico (e, também, social e cultural). Tornando-se, ademais, um instrumento político capaz de dirimir conflitos, ou ampliá-los, a antropologia refinou ou capacitou a compreensão de processos sociais e culturais, exportando de seu domínio categorias de entendimento que passaram a fazer parte do senso comum, e da racionalidade técnica moderna. Objetiva-se, assim, nesta sessão, voltar contra a antropologia seu próprio método, ou seja, enquadrá-la a partir de uma etnografia do pensamento, ou, dos saberes. De acordo com essa abordagem a ciência deve ser vista como uma estrutura que comporta processos (históricos, culturais, sociais, políticos) e procedimentos (técnicas, modos de fazer e pensar), uma comunidade de produtores de conhecimento, bem como objetos tangíveis nos quais o conhecimento produzido toma corpo e se difunde. Desse modo, pretende-se expor a idéia de que o pensamento antropológico tem um fundamento científico, e, logo, epistemológico e metodológico, através do qual os antropólogos dizem, pensam e fazem. Não se objetiva, portanto, responder questões substanciais sobre a antropologia enquanto prática e crítica social, mas, formulando questões sobre a complexidade do pensamento antropológico, explorar as razões pelas quais a antropologia responde a questões teóricas densas e demandas sociais urgentes.

Leitura Recomendada

Geertz, Clifford Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2001.

Goldemberg, Miriam. Noites de Insônia: cartas de uma antropóloga a um jovem pesquisador. Rio de Janeiro: Record, 2008.

Laplantine, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2000.

Santos, Rafael José dos. Antropologia para quem não vai ser antropólogo. Tomo Editorial: Porto Alegre, 2005.

Sahlins, Marshall Esperando Foucault, ainda. São Paulo: Cosac Naiffy, 2004.

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