Café Científico Salvador discute contribuições de uma das áreas de pesquisa mais relevantes da última década para a compreensão da relação entre parasitas e hospedeiros.
Café Científico Salvador - 24/08/2012 - 18:00
Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA
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Genômica funcional gera avanços no estudo da interação parasito-hospedeiro?
Patrícia S. T. Veras (FIOCRUZ)
Leishmanioses são doenças
tropicais negligenciadas que se encontram disseminadas em todo o globo. Essas
doenças são causadas pelo parasito Leishmania spp., que é transmitido ao homem
pela picada do inseto vetor. As leishmanioses podem se manifestar em diferentes
apresentações clínicas: a forma tegumentar, que pode ser cutânea ou
mucocutânea, e na forma visceral. O aparecimento dessas manifestações depende
da espécie e virulência do parasito e da resposta imune do hospedeiro. Genômica
funcional, proteômica e, mais recentemente, sequenciamento de RNA são
ferramentas em larga escala que vêm sendo utilizadas para compreender os
mecanismos envolvidos em resistência e susceptibilidade na infecção por
parasitos, incluindo Leishmania. Em nosso laboratório, utilizamos abordagens em
larga escala para identificação de possíveis biomarcadores de doença, assim
como alvos para intervenção imunoterápica e quimioterápica no controle da
infecção por Leishmania, utilizando um modelo murino de leishmaniose
tegumentar. Inicialmente, empregamos genômica funcional, que consiste na
identificação de um conjunto amplo de genes expressos por uma determinada
célula. Assim, utilizando o microarranjo de DNA, genes expressos pela célula
hospedeira em resposta à infecção foram identificados. Adicionalmente, a
proteômica permite a identificação do conjunto de proteínas presentes em
células. O conjunto de proteínas expresso por células do hospedeiro em resposta
à infecção por Leishmania foi identificado. Os genes e proteínas identificados
foram organizados em redes biológicas funcionais para evidenciar seu possível
papel no curso da infecção. Finalmente, algumas das proteínas identificadas por
proteômica foram usadas como alvo para intervenção quimioterápica. A modulação
de alguns desses alvos levou ao controle da infecção in vitro por Leishmania.
Em conjunto, esses achados mostram que abordagens em larga escala são
ferramentas úteis para estabelecer hipóteses sobre os mecanismos envolvidos na
determinação do curso de infecções e a proteômica se mostrou como uma
ferramenta útil na identificação de alvos para intervenção quimioterápica.
Para ler mais:
Barbosa, E. B.; Vidotto, A.;
Polachini, G. M.; Henrique, T.; Marqui, A. B. T. & Tajara, E. H. Proteômica:
metodologias e aplicações no estudo de doenças humanas. Rev Assoc Med Bras
2012; 58(3):366-375.
Barra, G. B.; Caixeta, M. C. S.
A. S.; Costa, P. G. G.; Sousa, C. F. & Velasco, L. F. R. Diagnóstico
molecular – passado, presente e futuro. RBAC. 2011;43(3):254-60.
Rosa, G. J. M.; Rocha, L. B.
& Furlan, L. R. Estudos de expressão gênica utilizando-se microarrays:
delineamento, análise, e aplicações na pesquisa zootécnica. R. Bras. Zootec.,
v.36, suplemento especial, p.185-209, 2007.
2 comments:
Eu gostei muito da iniciativa de vocês, mas gostaria de acrescentar:
permitam que as pessoas sigam ao blog de vocês, pois assim ficará mais fácil receber atualizações.
Obrigado
Vamos fazer ciência, pois essa é a hora.
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