Resumo Café - 08/03/2010
Os Parasitas e o Homem
A relação parasita-hospedeiro já foi descrita como paradoxal. O parasita depende do hospedeiro para sua sobrevivência, ou seja a sobrevivência do parasita depende da sobrevivência do hospedeiro. Ainda assim, o parasita inflige dano e pode chegar a comprometer a sobrevivência do hospedeiro. Como entender esta relação é o foco central da discussão.
A discussão das estratégias de sobrevivência (transmissão) dos patógenos ajuda a compreender os padrões de virulência. Um patógeno cuja disseminação depende da mobilidade do seu hospedeiro, pode ter vantagem na seleção de variantes menos virulentas o que leva a menor comprometimento da sobrevivência do hospedeiro. Por outro lado, um patógeno capaz de disseminação através de vetores, pode ter maior possibilidade de sobrevivência pela seleção de variantes mais virulentas, capazes de infectar grande número de indivíduos de forma rápida.
Evidentemente, que os modelos desta relação não são simples e as estratégias indicadas acima sofrem um grande influência do número de hospedeiros susceptíveis que estão disponíveis no meio ambiente.
Além das infecções, os parasitas podem modular outras enfermidades. Pode ocorrer, como é mais fácil de imaginar, um agravamento de algumas doenças em decorrência do parasitismo. Contudo, pode ocorrer também uma melhora de enfermidades, incluindo inclusive, em alguns casos, efeitos benéficos sobre a saúde do hospedeiro afetado por enfermidades não-parasitárias.
Não há conclusões definitivas, o campo necessita ainda de maior conhecimento antes do desenvolvimento de um modelo que explique as relações complexas entre os parasitas e seus hospedeiros de forma completa.
LEITURA RECOMENDADA
Em português:
Luis Rey – Parasitologia.
David Neves - Parasitologia Humana (11ª Ed.)
Medipedia http://bit.ly/9ECYXB
Crossing the Line: Selection and Evolution of Virulence Traits Brown, N., Wickham, M., Coombes, B., & Finlay, B. (2006). Crossing the Line: Selection and Evolution of Virulence Traits PLoS Pathogens, 2 (5)
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