Café Científico discute papel da pesquisa ecológica no enfrentamento de problemas ambientais
Casando teoria e prática ecológica com a resolução de problemas
Café Científico Salvador, 22 de Fevereiro de 2013 - 18:00
Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.
ECOLOGIA E PROBLEMAS AMBIENTAIS - UM CASAMENTO QUE PODE DAR
CERTO
Eduardo Mariano
(Instituto de Biologia, UFBA)
A crescente conversão das áreas
de floresta em ambientes de uso humano tem levado ao colapso de sistemas
naturais originais, com implicações diversas tanto para a biota quanto para os
humanos que dependem da biodiversidade e de seus serviços. Porém, o entendimento
dos padrões de resposta dos sistemas naturais às modificações provocadas pelas
ações diretas do homem, ou em decorrência destas, é de importância capital para
a elaboração de estratégias para a conservação e restauração dos recursos
naturais e dos serviços dos ecossistemas. Esforços no sentido de gerar
conhecimento sobre o assunto e passá-los aos tomadores de decisão tem sido
feitos pelo projeto INOMEP/PRONEX há algum tempo com alguns resultados
interessantes no Estado. Neste sentido, nossas atividades de pesquisa empírica tem
se concentrado em algumas linhas relativas a 1) como se dá a perda de
diversidade em função das modificações provocadas pelo homem, 2) quais
alternativas para mitigar estes efeitos, 3) quais as escalas de atuação são
mais adequadas para o planejamento de ações de conservação ou restauração de
sistemas naturais, 4) como colaborar com políticas estaduais a fim de modificar
as praticas dos órgãos licenciadores, fiscalizadores e executores das políticas
ambientais, usando as informações de pesquisas cientificas geradas no Estado e
adequadas para realidades locais. Os resultados destas pesquisas visam também
subsidiar o planejamento do uso e ocupação do solo, assim como eventuais ações
de restauração, e têm sido divulgadas em diversas ações e disciplinas de
extensão universitária junto aos diversos órgãos ambientais atuantes no Estado
da Bahia. Dentre os resultados até agora obtidos destacamos a inclusão do
planejamento em escala da paisagem em projetos e políticas de conservação,
inclusão do conhecimento sobre dinâmica de florestas e das relações entre perda
de hábitat e biodiversidade nos projetos de restauração e também a efetivação
de comunidades de prática, contando com estudantes de pós-graduação, técnicos
ambientais e pesquisadores, na elaboração de projetos de restauração e
instrumentos normativos. Apesar do avanço da capacidade técnica, a interação
com os órgãos tomadores de decisão e elaboração de políticas estaduais ainda
está concentrada em fases de remediação de impactos. Ainda há um caminho a ser
trilhado até que o conhecimento ecológico e a análise em
escala de paisagem sejam incorporados ao planejamento no Estado.
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