Café Científico Salvador aborda o principal modo de vida das bactérias, os biofilmes, com implicações ambientais e médicas que a maioria das pessoas ainda desconhece!
Café Científico Salvador, 19 de Julho de 2013, 18:00
Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.
Biofilmes bacterianos e sua importância médica e ambiental
Paula Ristow (Laboratório de Biologia Molecular Carmen Lemos, Instituto de Biologia/UFBA)
Os
biofilmes são considerados o principal modo de vida de procariotos. Ou seja, bactérias
vivem em comunidades multicelulares e não como organismos unicelulares de vida
livre, como se acreditava anteriormente. Biofilmes são comunidades de
microrganismos aderidos a superfícies bióticas ou abióticas, envoltos por uma
matriz extracelular produzida pelos próprios microrganismos associados, que os
protege de condições desfavoráveis no ambiente ou em hospedeiros. Ubíquos, os
biofilmes ocorrem na naturalmente em rios, lagos, e nos ancestrais
estromatólitos. Na indústria, principalmente de processamento de alimentos,
representam impactos sanitários e econômicos, por desenvolverem-se em
canalizações, onde há suporte e disponibilidade de água e nutrientes.
Na
área médica, os biofilmes bacterianos estão associados a doenças infecciosas
crônicas, sendo a colonização pulmonar por Pseudomonas
aeruginosa na fibrose cística um clássico exemplo. Neste caso, a formação
de biofilme está associada à maior resistência ao tratamento antibiótico e
maior taxa de letalidade. Os biofilmes de Staphylococcus
aureus e Escherichia coli estão
implicados em doenças nosocomiais, colonizando feridas cirúrgicas e implantes
médicos, como próteses, sondas e cateteres. Na colonização de reservatórios
animais, o biofilme de Yersinia pestis
em pulgas favorece a transmissão da peste bubônica aos hospedeiros. Estabelecemos
previamente que Leptospira, a
bactéria causadora da leptospirose, forma biofilmes. A leptospirose é uma
zoonose endêmica no Brasil e estudos estão em andamento para compreender o
papel do biofilme in vitro e in vivo no contexto desta doença.
PARA
LER MAIS
Ristow,
P. & Lilenbaum, W. 2010. Leptospirose: Atualização e perspectivas. Microbiologia em Foco 11: 17-27. Disponível
gratuitamente em:
http://sbmicrobiologia.org.br/PDF/infoco11.pdf
Ristow, P.; Bourhy, P.;
Kerneis, S.; Schmitt, C.; Prevost, M.-C.; Lilenbaum, W. & Picardeau, M.
2008. Biofilm formation by saprophytic and pathogenic leptospires. Microbiology 154: 1309-1317.
Disponível gratuitamente em:
http://mic.sgmjournals.org/content/154/5/1309.full.pdf+html
No comments:
Post a Comment