O
QUE AS AVES PODEM NOS DIZER SOBRE OS PROCESSOS EVOLUTIVOS NAS FLORESTAS
SUL-AMERICANAS?
VENHA
SABER NO CAFÉ CIENTÍFICO!
Café Científico Salvador, 21 de Novembro de 2013, 18:00
Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.
PROCESSOS EVOLUTIVOS NAS FLORESTAS DA AMÉRICA DO
SUL: O QUE AS AVES NOS CONTAM
Henrique Batalha Filho (Instituto
de Biologia, UFBA)
A
biogeografia é uma ciência que procura entender como os organismos estão
distribuídos geograficamente, tanto no passado como no presente, e quais eventos
ocorridos na Terra, tanto no passado quanto no presente, foram responsáveis
pela distribuição que observamos atualmente. As florestas da Amazônia e da Mata
Atlântica estão entre os ecossistemas com os maiores índices de biodiversidade
do mundo, e estão separadas pela diagonal de áreas abertas da América do Sul,
que é formada pelos biomas Chaco, Cerrado e Caatinga. Uma das questões que
surge sobre a biogeografia histórica destas florestas é como e quando surgiu
tamanha biodiversidade. Acredita-se que boa parte de sua diversificação teria
ocorrido em um período bastante recente, o Quaternário, com destaque para o
Pleistoceno (últimos 1,8 milhões de anos). Isso porque durante o Pleistoceno o
planeta passou por muitos ciclos glaciais e interglaciais, durante os quais as
geleiras continentais avançaram e recuaram, o que teria provocado fragmentação
nas distribuições geográficas de uma série de organismos. Neste cenário as
espécies teriam evoluído em Refúgios Florestais de matas úmidas. Entretanto, estudos
recentes têm questionado esta hipótese, e fazendo com que outras teorias
ganhassem destaque na evolução da biodiversidade das principais florestas da
América do Sul, tais como o possível envolvimento de rios, de gradientes
ecológicos e de eventos tectônicos. Nesta palestra serão abordadas as
principais teorias sobre a diversificação das espécies da Amazônia e Mata
Atlântica. Além disso, será mostrado como que estudos sobre a origem e evolução
de Aves que vivem nestas florestas têm auxiliado na compreensão dos processos
evolutivos que ocorreram nesses biomas.
Leituras sugeridas:
Batalha-Filho
H. 2012. Padrões e processos de diversificação em aves da Amazônia e da Mata
Atlântica. Tese de doutorado, Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-08032013-090338/pt-br.php
Batalha-Filho
H., Miyaki C.Y. 2011. Filogeografia da Mata Atlântica. Revista da Biologia, v.
7, p. 31-34. http://www.ib.usp.br/revista/node/80
Bicudo
F., Guimarães M. 2013. Voo direto. Revista Pesquisa Fapesp. Edição 210, p.
48-51. http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/08/13/voo-direto/
Haffer
J. 1992. Ciclos de tempo e indicadores de tempos na história da Amazônia. Estudos
Avançados, 6: 7-39.
Haffer
J., Prance G.T. 2002. Impulsos climáticos da evolução na Amazônia durante o
Cenozóico: sobre a teoria dos Refúgios da diferenciação biótica. Estudos
Avançados, 16: 175-206.
Haseyama K.L.F., Carvalho C.J.B. 2011. Padrões
de distribuição da biodiversidade amazônica: um ponto de vista evolutivo. Revista
da Biologia, v. 7, p. 35-40. http://www.ib.usp.br/revista/node/81
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