Friday, December 06, 2013

O QUE AS AVES PODEM NOS DIZER SOBRE OS PROCESSOS EVOLUTIVOS NAS FLORESTAS SUL-AMERICANAS?

VENHA SABER NO CAFÉ CIENTÍFICO!


Café Científico Salvador, 21 de Novembro de 2013, 18:00
Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.

PROCESSOS EVOLUTIVOS NAS FLORESTAS DA AMÉRICA DO SUL: O QUE AS AVES NOS CONTAM

Henrique Batalha Filho (Instituto de Biologia, UFBA)

A biogeografia é uma ciência que procura entender como os organismos estão distribuídos geograficamente, tanto no passado como no presente, e quais eventos ocorridos na Terra, tanto no passado quanto no presente, foram responsáveis pela distribuição que observamos atualmente. As florestas da Amazônia e da Mata Atlântica estão entre os ecossistemas com os maiores índices de biodiversidade do mundo, e estão separadas pela diagonal de áreas abertas da América do Sul, que é formada pelos biomas Chaco, Cerrado e Caatinga. Uma das questões que surge sobre a biogeografia histórica destas florestas é como e quando surgiu tamanha biodiversidade. Acredita-se que boa parte de sua diversificação teria ocorrido em um período bastante recente, o Quaternário, com destaque para o Pleistoceno (últimos 1,8 milhões de anos). Isso porque durante o Pleistoceno o planeta passou por muitos ciclos glaciais e interglaciais, durante os quais as geleiras continentais avançaram e recuaram, o que teria provocado fragmentação nas distribuições geográficas de uma série de organismos. Neste cenário as espécies teriam evoluído em Refúgios Florestais de matas úmidas. Entretanto, estudos recentes têm questionado esta hipótese, e fazendo com que outras teorias ganhassem destaque na evolução da biodiversidade das principais florestas da América do Sul, tais como o possível envolvimento de rios, de gradientes ecológicos e de eventos tectônicos. Nesta palestra serão abordadas as principais teorias sobre a diversificação das espécies da Amazônia e Mata Atlântica. Além disso, será mostrado como que estudos sobre a origem e evolução de Aves que vivem nestas florestas têm auxiliado na compreensão dos processos evolutivos que ocorreram nesses biomas.

Leituras sugeridas:
Batalha-Filho H. 2012. Padrões e processos de diversificação em aves da Amazônia e da Mata Atlântica. Tese de doutorado, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-08032013-090338/pt-br.php
Batalha-Filho H., Miyaki C.Y. 2011. Filogeografia da Mata Atlântica. Revista da Biologia, v. 7, p. 31-34. http://www.ib.usp.br/revista/node/80
Bicudo F., Guimarães M. 2013. Voo direto. Revista Pesquisa Fapesp. Edição 210, p. 48-51. http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/08/13/voo-direto/
Haffer J. 1992. Ciclos de tempo e indicadores de tempos na história da Amazônia. Estudos Avançados, 6: 7-39.
Haffer J., Prance G.T. 2002. Impulsos climáticos da evolução na Amazônia durante o Cenozóico: sobre a teoria dos Refúgios da diferenciação biótica. Estudos Avançados, 16: 175-206.
Haseyama K.L.F., Carvalho C.J.B. 2011. Padrões de distribuição da biodiversidade amazônica: um ponto de vista evolutivo. Revista da Biologia, v. 7, p. 35-40. http://www.ib.usp.br/revista/node/81



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