Friday, December 15, 2006

Próximos Eventos
08/01/2007 - 18:00 horas
Naomar Monteiro de Almeida Filho (Reitor da Universidade Federal da Bahia) - Projeto Universidade Nova: Reinventando a Universidade.
12/02/2007 - 18:00 horas
Jailson Bittencourt (Instituto de Química/UFBa) – Fontes Alternativas de Energia: Seus Benefícios e seus Impactos.
12/03/2007 - 18:00 horas
Fábio Pedro de Souza Ferreira Bandeira (Departamento de Biologia/UEFS) - Cosmovisões indígenas: novos olhares sobre a natureza e a cultura.

O evento é inteiramente gratuito e não necessita de inscrição. O local é a LDM – Livraria Multicampi, na Rua Direita da Piedade, 20, Piedade. O Café Científico ocorre na segunda semana de cada mês, sempre às segundas-feiras. O telefone da livraria é (71)2101-8000. Informações podem ser conseguidas também no telefone (71) 3263-6568. Informações gerais sobre a iniciativa dos Cafés Científicos podem ser conseguidas no seguinte sítio: http://www.cafescientifique.org.

Sunday, November 19, 2006

Resumo da apresentação do dia 11/12
“A Síndrome de Down: das páginas da vida para a realidade”

por Lília Maria de Azevedo Moreira do Instituto de Biologia da UFBa


Partindo de uma análise histórica, fundamentada em registros artísticos e numerosos documentos produzidos pela biomedicina, desde o relato inicial da Síndrome de Down em 1866, o objetivo desta reflexão, é discutir a experiência humana de mudança de paradigmas, ao longo do tempo e, mais recentemente, com uma exposição maior desta síndrome à mídia televisiva.
Quando John Langdon Down descreveu a síndrome, cunhou a metáfora “mongolismo”, seguindo a visão etnocentrista européia da época, atribuindo à condição, um aspecto degenerativo, sem expectativas, nem esperanças. Mesmo Tredgold (1908) que foi o precursor na difusão do tratamento e assistência a crianças com deficiência, considerava a Síndrome de Down uma “morbidade hereditária”, defendendo métodos eugênicos para a sua prevenção.
Após a II Guerra, o espírito democrático, aliado aos avanços científicos e ao desenvolvimento das ciências do comportamento, produziu um novo enfoque, com a valorização da educação especial e a necessidade de intervenções terapêuticas. Até a primeira metade do século passado, a produção científica chamava atenção para as características físicas, semióticas, denominadas cardeais quando presentes em mais de 50% dos casos.A preocupação maior era, com o grau de deficiência mental, que se supunha estar associado com a presença de maior número de sinais cardeais, suposição não comprovada. O estudo de Lejeune em 1959 centrou a discussão etiológica na genética. Ainda hoje predomina como ponto prioritário a visão orgânica da síndrome, também denominada de “Trissomia 21” e, segundo Maria Helena Cardoso (2003), o cromossomo adicional é metaforizado no “acidente genético”, determinando uma condição materializada em problemas no desenvolvimento físico e funcionamento mental.A autora observa que a elucidação da etiologia da síndrome deu significância à existência do terceiro cromossomo 21, tornando-o um ator na narrativa da Síndrome de Down.
Embora os sinais físicos sejam bastante elucidativos, o cariótipo é considerado essencial ao diagnóstico, compondo um código do distúrbio genético, necessário à sua compreensão. As relações na família são diversificadas, da aceitação ao repúdio. A metáfora da “cruz da minha vida” é atualmente sobrepujada pela figura inocente, angelical. Maria Helena Cardoso (2003) analisa a imagem de “anjo”, na suposta representação de crianças com a síndrome em pinturas clássicas, que indicam a construção social da criança com síndrome de Down, apresentada como cordata, afetuosa, meiga e profundamente humanitária. A autora propõe ser a metáfora do “anjo”, uma metáfora de defesa e de compensação para o sofrimento sentido, que torna os pais também especiais, por terem essa criança.
No Brasil, as estimativas do IBGE (Censo 2000) referem existir cerca de 300 mil pessoas com a Síndrome de Down, com incidência de um a cada 600 nascimentos. É verificada uma maior prevalência em gestações acima dos 35 anos, embora a taxa de reprodução de mulheres nesta faixa etária esteja em declínio. O aumento da expectativa de vida acompanha as estatísticas mundiais, mas na questão da inclusão social permanecem os contrastes. É ainda grande a quantidade de crianças com Síndrome de Down não estimuladas, sem fonoterapia, tratamento essencial à qualidade da fala, situações associadas à dificuldade de aceitação da criança pela família e ao baixo nível sócio-econômico. Ao mesmo tempo, não são mais tão raros os exemplos de empregos bem sucedidos e de casamentos entre pessoas com a Síndrome de Down.
Permanece como um ponto de questionamento, o papel educativo da exposição pelos meios de comunicação de uma condição genèticamente determinada como a Síndrome de Down, em uma narrativa de ficção, e a sua contribuição para a modificação de atitudes na população, que se faz necessária para o abandono do modelo assistencialista e o êxito do projeto social de inclusão, não apenas de pessoas com esta síndrome, mas também com outras formas de distúrbios genéticos e deficiências. Mesmo que algumas representações dêem margem a dúvidas, é inegável a contribuição desta exposição para o aumento da auto-estima de pessoas com a síndrome de Down, para a democratização da ciência e para o reconhecimento público das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com distúrbios genéticos e as suas famílias.
Próximo Encontro - A Síndrome de Down: das páginas da vida para a realidade

Professora Lília Maria de Azevedo Moreira do Instituto de Biologia da UFBa

LOCAL: Livraria Multicampi LDM ( Rua Direita da Piedade, 20, Piedade )

DATA: 11/12/2006 (segunda-feira)

HORA: 18h

Thursday, November 09, 2006

Resumo da apresentação do dia 13/11
“Recifes de coral e aquecimento global”


por Ruy Kenji Papa de Kikuchi
Professor do Instituto de Geociências da UFBa


O que é o recife de coral ? Quais são as condições ambientais (geológicas, geográficas, ecológicas, oceanográficas) para a sua existência ? O aquecimento global é um fenômeno homogêneo no planeta ? Qual é o papel que o Homem tem no seu desenvolvimento ? O aquecimento global afeta os ecossistemas costeiros e marinhos, como os recifes de corais ? Estas perguntas básicas norteiam a exposição, para mostrar diversas facetas de um problema que afeta todo o mundo, não apenas prejudicando diretamente os ecossistemas existentes dos países costeiros, mas a economia, a matriz energética e o bem estar da população mundial, e que pode tomar dimensões dramáticas em algumas décadas. O mecanismo que promove o aquecimento global, a elevação na concentração dos gases estufa, tem ligações com outros fenômenos, é um fenômeno complexo, como a redução na quantidade de ozônio na atmosfera, a acidificação dos oceanos e a elevação do nível do mar. Para a compreensão desses fenômenos, que englobamos sob a denominação de mudanças globais, é necessário perceber que todos eles guardam entre si um elevado grau de dependência. A visão histórica do desenvolvimento da Terra que se obtém através da Geologia nos auxilia a compreender melhor os impactos que as variações da temperatura global podem gerar nos recifes, e nos ecossistemas costeiros em geral. Verifica-se que os ecossistemas têm sua capacidade de absorver e de se recuperar de mudanças ambientais com seqüelas que vão desde a redução da área ocupada por eles até a redução da sua biodiversidade. Nós, seres humanos, poderemos passar por problemas similares, com o aumento dos rigores da natureza à nossa sobrevivência.

Wednesday, November 01, 2006

Próximo Encontro - “Recifes de coral e aquecimento global”

Professor Ruy Kenji Papa de Kikuchi do Instituto de Geociências da UFBa

LOCAL: Livraria Multicampi LDM ( Rua Direita da Piedade, 20, Piedade )

DATA: 13/11/2006 (segunda-feira)

HORA: 18h

Wednesday, October 04, 2006

Resumo da apresentação do dia 09/10
"Cibercultura: Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea"

por André Luiz Martins Lemos
Professor da Faculdade de Comunicação da UFBa

Cibercultura e Contemporaneidade: Emissão, Conexão, Reconfiguração

Busca-se compreender, sob o prisma de uma fenomenologia do social, as principais características da cibercultura na contemporaneidade, tendo como princípios básicos três características fundamentais do atual processo tecnológico, a saber: a liberação do pólo da emissão, o princípio em rede e a reconfiguração da paisagem comunicacional. Esse tripé tem como pano de fundo uma mudança social na vivência atual do espaço e do tempo. O objetivo dessa conferência é compreender a cibercultura contemporânea e sua interface com a cultura e a sociedade contemporâneas onde serão analisados alguns fenômenos atuais como: a era da conexão sem fio (celulares, SMS, bluetooth, RFID, Wi-Fi); as práticas comunicacionais como os blogs, os podcasts, os vlogs; as trocas peer to peer; as relações sociais no ciberespaço com chats, fóruns e softwares sociais (“Orkut”, “Multiply”); os softwares de fonte aberta e a cultura copyleft; a arte eletrônica interativa e colaborativa; as questões políticas emergentes com a cibercidadania, o ciberativismo e o “hacktivismo”; as transformações morais e éticas envolvidas na manipulação, na vigilância e no controle social.
Palavras-chave – Cibercultura, comunicação, sociedade.

Tuesday, October 03, 2006

Próximo Encontro - “Cibercultura: Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea”

Professor André Luiz Martins Lemos da Faculdade de Comunicação da UFBa

LOCAL: Livraria Multicampi LDM ( Rua Direita da Piedade, 20, Piedade )

DATA: 09/10/2006 (segunda-feira)

HORA: 18h
Café Científico na Mídia 2 - Clipping A TARDE

Resumo da apresentação do dia 11/09
De onde viemos? Para onde vamos?
As velhas perguntas e os recentes avanços da cosmologia

por Saulo Carneiro de Souza
professor do Instituto de Física da UFBa

Começamos discutindo alguns mitos de criação, que, ao contrário da moderna cosmologia, são antropocêntricos e definitivos, mas que, como ela, delimitam e definem o que chamam universo. Discutimos então a cosmologia newtoniana, iniciada com Copérnico, Galileu e Kepler, e que, após transferir o centro do universo da Terra para o Sol, nos leva à concepção de um universo infinito. Com o advento da teoria da Relatividade Geral de Einstein, na qual a geometria do espaço-tempo é modificada pela presença de matéria, chegamos aos modernos modelos cosmológicos, inicialmente desenvolvidos por Friedmann e Lemaitre, e segundo os quais o espaço se encontra em permanente expansão. Tais modelos, verificados pelas observações de Edwin Hubble sobre o afastamento das galáxias distantes, implicam a existência de uma fase inicial extremamente quente e densa na evolução do universo, o que veio a ser mais tarde corroborado pela descoberta da radiação cósmica de fundo, um fóssil dessa era inicial. Ao final da mesma, com o decréscimo da temperatura, elétrons e núcleos atômicos puderam ligar-se, constituindo o hidrogênio e hélio de que a maior parte da matéria visível é feita. A expansão entrou então numa nova fase, durante a qual foram formadas as galáxias e estrelas, nas quais os elementos mais pesados foram sintetizados. Observações mais recentes nos estão levando a uma era de precisão observacional, a uma nova fase das pesquisas em cosmologia. Observa-se que a matéria de que somos feitos constitui tão somente 5% de todo o conteúdo energético de nosso universo, com outros 25% existindo, no interior das galáxias, sob a forma de uma ainda desconhecida “matéria escura”. Os demais 70% formam a assim chamada “energia escura”, cuja presença tem se manifestado de forma convincente em observações do afastamento de supernovas distantes. Nesse contexto, estamos chegando à imagem de um universo espacialmente plano e infinito, cuja expansão, hoje cada vez mais acelerada, seguirá indefinidamente, levando-nos a um cosmos cada vez mais vazio, frio e escuro. O universo tem se expandido por cerca de 14 bilhões de anos, o que nos leva a perguntar sobre o início desse processo. Tudo o que nossas equações podem nos dizer é que a expansão teve início numa singularidade, ou seja, um estado em que toda a infinita matéria do universo e o próprio espaço concentravam-se em um único ponto. Neste cenário, não faz sentido perguntar que havia antes, pois o próprio tempo também nasce nessa singularidade. Se ela realmente existiu, ou se nossa descrição teórica de tempos tão primordiais deva ser modificada, é algo que não sabemos ainda responder.

Monday, October 02, 2006

Café Científico na Mídia 1 - Clipping TVE


Wednesday, September 27, 2006

Café Científico Edição Especial Celebração dos 60 anos da UFBA

O Café Científico, em comemoração aos 60 anos da UFBa (Universidade Federal da Bahia), colocará em discussão junto à comunidade o tema: Por que o Brasil responde por 1,8% da produção científica mundial, mas apenas por 0,2% das patentes?

O debate será conduzido pela professora Cristina Quintella do Instituto de Química da UFBa.

27/09/2006 – 18hs
Local: Cantina do PAF1 – UFBa (Campus de Ondina)

Monday, September 18, 2006

Próximos Eventos

09/10/2006 – 18 horas
André Luiz Martins Lemos (Faculdade de Comunicação/UFBA): Cibercultura: Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea.

13/11/2006 – 18 horas
Ruy Kenji Papa de Kikuchi (Instituto de Geociências – UFBA) – Recifes de coral e aquecimento global.

11/12/2006 – 18 horas
Lília Maria de Azevedo Moreira (Instituto de Biologia – UFBA) – Síndrome de Down.


O evento é inteiramente gratuito e não necessita de inscrição. O local é a LDM – Livraria Multicampi, na Rua Direita da Piedade, 20, Piedade. O Café Científico ocorre na segunda semana de cada mês, sempre às segundas-feiras. O telefone da livraria é (71)2101-8000. Informações podem ser conseguidas também no telefone (71) 3263-6568.

Informações gerais sobre a iniciativa dos Cafés Científicos podem ser conseguidas no seguinte sítio: http://www.cafescientifique.org.
Sucesso inaugural

A edição do dia 11 de setembro de O Café Científico foi considerada um sucesso de público. O evento reuniu cerca de 130 pessoas sendo coberto e ecoado pela imprensa. A palestra ficou a cargo do professor Saulo Carneiro, do Instituto de Física da UFBA, que falou, de maneira acessível e clara, sobre as origens, composição, estrutura e evolução do universo.
Começa em Salvador o Café Científico

O programa de pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (UFBa/UEFS) e a Livraria Multicampi LDM estão iniciando, em Salvador, um Café Científico - atividade de divulgação científica que ocorre em várias cidades do mundo, do Japão à Argentina, da Coréia do Sul aos Estados Unidos, da Inglaterra a Bangladesh. Criado em Leeds, na Inglaterra, em 1998, há atualmente 180 Cafés Científicos no mundo. No Brasil, somente o Rio de Janeiro possuía um Café Científico antes da iniciativa em Salvador. A primeira edição do evento será no próximo dia 11, com o professor Saulo Carneiro, do Instituto de Física da UFBa, que ministrará o debate De onde viemos, para onde vamos? As velhas perguntas e os recentes avanços da cosmologia. O Café Científico ocorrerá sempre na segunda semana de cada mês, nas segundas-feiras, a partir das 18 horas.

O objetivo dos organizadores do evento é, a cada mês, levar ao público temas interessantes e pesquisadores destacados do Estado da Bahia para falar sobre temas de interesse geral. "Contamos com a presença da sociedade baiana para prestigiar o evento e debater os avanços da ciência e da tecnologia e suas implicações para nosso mundo contemporâneo", disse o coordenador do Café Científico e do programa de pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da UFBa, Charbel El-Hani.

O Café Científico pode ser definido como um local no qual qualquer pessoa pode discutir desenvolvimentos recentes das várias ciências e seus impactos sociais. Ele oferece uma oportunidade para que cientistas e o público em geral se encontrem face a face para discutir questões científicas, numa atmosfera agradável.

No Café Científico, os cientistas apresentam as idéias centrais de uma teoria, campo do conhecimento, desenvolvimento tecnológico, entre outros assuntos e objetos de estudo, em cerca de 20 a 30 minutos, em linguagem acessível, sem utilizar recursos audiovisuais. A intenção é que a apresentação se aproxime de uma conversa franca, na qual a audiência se sinta à vontade para fazer perguntas, esclarecer dúvidas ou até mesmo refutar o que está sendo exposto. Após a apresentação inicial do pesquisador e um pequeno intervalo para um cafezinho, segue-se o debate, que pode se estender até onde a audiência o levar. "Espera-se, desse modo, trazer a ciência mais para perto da sociedade, mas sem qualquer agenda oculta, na qual se busque promover ou apresentar uma imagem negativa das várias ciências. A única intenção é estimular o debate a seu respeito, cada vez mais importante no mundo atual", explica Charbel El-Hani.

O evento é inteiramente gratuito, sem necessidade de inscrição e será realizado na sede da Livraria Multicampi LDM, na Rua Direita da Piedade, 20, Piedade. Para maiores informações, os interessados podem ligar para (71) 2101-8000 (LDM) ou (71) 3263-6568.
Informações gerais sobre a iniciativa dos Cafés Científicos podem ser acessadas no site http://www.cafescientifique.org.
A iniciativa do Café Científico em Salvador foi tomada pelos professores Charbel El-Hani, Olival Freire Jr. e João Queiroz, pelos pós-graduandos Ana Maria Rocha de Almeida, Fabiano de Souza Vieira, Nei de Freitas Nunes Neto e Vanessa Carvalho dos Santos, e pelo gerente da LDM, Primo Maldonado.