Wednesday, August 15, 2012

Café Científico Salvador discute contribuições de uma das áreas de pesquisa mais relevantes da última década para a compreensão da relação entre parasitas e hospedeiros.

Café Científico Salvador - 24/08/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA  


Genômica funcional gera avanços no estudo da interação parasito-hospedeiro?

Patrícia S. T. Veras (FIOCRUZ)


Leishmanioses são doenças tropicais negligenciadas que se encontram disseminadas em todo o globo. Essas doenças são causadas pelo parasito Leishmania spp., que é transmitido ao homem pela picada do inseto vetor. As leishmanioses podem se manifestar em diferentes apresentações clínicas: a forma tegumentar, que pode ser cutânea ou mucocutânea, e na forma visceral. O aparecimento dessas manifestações depende da espécie e virulência do parasito e da resposta imune do hospedeiro. Genômica funcional, proteômica e, mais recentemente, sequenciamento de RNA são ferramentas em larga escala que vêm sendo utilizadas para compreender os mecanismos envolvidos em resistência e susceptibilidade na infecção por parasitos, incluindo Leishmania. Em nosso laboratório, utilizamos abordagens em larga escala para identificação de possíveis biomarcadores de doença, assim como alvos para intervenção imunoterápica e quimioterápica no controle da infecção por Leishmania, utilizando um modelo murino de leishmaniose tegumentar. Inicialmente, empregamos genômica funcional, que consiste na identificação de um conjunto amplo de genes expressos por uma determinada célula. Assim, utilizando o microarranjo de DNA, genes expressos pela célula hospedeira em resposta à infecção foram identificados. Adicionalmente, a proteômica permite a identificação do conjunto de proteínas presentes em células. O conjunto de proteínas expresso por células do hospedeiro em resposta à infecção por Leishmania foi identificado. Os genes e proteínas identificados foram organizados em redes biológicas funcionais para evidenciar seu possível papel no curso da infecção. Finalmente, algumas das proteínas identificadas por proteômica foram usadas como alvo para intervenção quimioterápica. A modulação de alguns desses alvos levou ao controle da infecção in vitro por Leishmania. Em conjunto, esses achados mostram que abordagens em larga escala são ferramentas úteis para estabelecer hipóteses sobre os mecanismos envolvidos na determinação do curso de infecções e a proteômica se mostrou como uma ferramenta útil na identificação de alvos para intervenção quimioterápica.


Para ler mais:
Barbosa, E. B.; Vidotto, A.; Polachini, G. M.; Henrique, T.; Marqui, A. B. T. & Tajara, E. H. Proteômica: metodologias e aplicações no estudo de doenças humanas. Rev Assoc Med Bras 2012; 58(3):366-375.

Barra, G. B.; Caixeta, M. C. S. A. S.; Costa, P. G. G.; Sousa, C. F. & Velasco, L. F. R. Diagnóstico molecular – passado, presente e futuro. RBAC. 2011;43(3):254-60.

Rosa, G. J. M.; Rocha, L. B. & Furlan, L. R. Estudos de expressão gênica utilizando-se microarrays: delineamento, análise, e aplicações na pesquisa zootécnica. R. Bras. Zootec., v.36, suplemento especial, p.185-209, 2007.

Friday, August 03, 2012

O assunto do primeiro Café Científico Salvador de Agosto são carros elétricos. Uma revolução na tecnologia do automóvel está no horizonte?


Café Científico Salvador - 14/08/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA  


Veículos elétricos - uma visão do futuro


Jorge José Gomes Martins (Universidade do Minho, Portugal)



Os anos 70 foram anos de mudança paradigmática relativamente aos automóveis, porque a sua evolução passou a debruçar-se predominantemente sobre a emissão de poluentes. Será que hoje estamos a ver uma mudança ainda mais profunda, com a erradicação do automóvel com motor de combustão? Se tal acontecer, a solução certamente será o uso de automóveis elétricos. Por estranho que pareça, os automóveis elétricos já tiveram a sua "idade de ouro", antes da Grande Guerra, na altura em que as deslocações eram somente urbanas e os carros como motores de combustão (a gasolina ou a carvão) eram sujos, barulhentos e sem confiabilidade. Será que estaremos a mover-nos para a nova "idade de platina" do automóvel elétrico? Assim parece, mas antes teremos de resolver alguns dos sérios problemas que ainda afligem a mobilidade elétrica. E a nova mudança trará também novas soluções e filosofias de mobilidade. Será que o novo carro elétrico será tão interessante como o novo eletrodoméstico? Certamente que ainda haverá muitas cabeças que rodarão para ver os futuros veículos elétricos, não pelo ruído que farão, mas pelas soluções inovadoras e pelos designs únicos que esta tecnologia permite. Estamos no despontar de tempos extremamente interessantes para a tecnologia automóvel.

Para ler mais:
Carros Elétricos, de Jorge Martins e Francisco Brito, Publindústria, 2012 (http://www.engebook.com.br/2/7707/Carros-Eletricos)
(algumas páginas deste livro podem ser acessadas em  http://issuu.com/engebook/docs/carros_electricos?mode=window&backgroundColor=%23222222)