Friday, July 29, 2011

Café Científico Salvador - 05/08/2011, 18:00

Local: LDM - Livraria Multicampi, na Rua Direita da Piedade, 20, Piedade

Riscos para a saúde humana da exposição cotidiana a radiações eletromagnéticas: o uso de telefones celulares como exemplo

Emerson Sales (Instituto de Química/UFBA)


A radiação eletromagnética associada ao uso do celular foi classificada como
possivelmente carcinogênica e deve ser alvo de mais estudos, segundo avaliação da agência da Organização Mundial da Saúde (OMS) responsável pelo estudo do câncer (Iarc, na sigla em inglês). A conclusão foi divulgada por 31 cientistas de 14 países reunidos em Lyon, na França, para revisar centenas de pesquisas sobre o risco de uso destes e de outros aparelhos. A evidência foi revisada criticamente e avaliada como limitada entre os usuários de celulares para glioma e neuroma (tumores no cérebro), mas inadequada para conclusões sobre outros tipos de câncer. O grupo de trabalho, diz o texto, não quantificou o risco, mas salientou que uma pesquisa no passado sobre uso de celulares, até o ano de 2004, mostrou um crescimento de 40% no risco de glioma na categoria dos usuários mais frequentes de celular - cerca de 30 minutos por dia ao longo de dez anos. Serão apresentados trabalhos recentes sobre o tema, bem como um testemunho de um episodio ocorrido na França em 2007, referente ao uso de sistemas wi-fi.O objetivo da apresentação é de compartilhar informações visando formar uma opinião crítica sobre o assunto, com base nas últimas informações tornadas públicas, permitindo uma reflexão sobre este possível problema da vida moderna, mais um que evidencia nosso contraditório desenvolvimento.

Referências:
1) The Lancet Oncology, Volume 12, Issue 7, Pages 624 - 626, July 2011
doi:10.1016/S1470-2045(11)70147-4
2) The Biointiative report (http://www.bioinitiative.org/)
3) http://www.cancer.org/cancer/cancercauses/othercarcinogens/athome/cellular-phones
4) Christensen HC, Schuz J, Kosteljanetz M, et al. Cellular telephone use and
risk of acoustic neuroma. Am J Epidemiol. 2004;159:277-283.
5) Cellular Telecommunications & Internet Association. Wireless Quick Facts.
2008. www.ctia.org/media/industry_info/index.cfm/AID/10323
6) Centers for Disease Control and Prevention. Frequently Asked Questions about
Cell Phones and Your Health. 2005.
www.cdc.gov/nceh/radiation/factsheets/cellphone_facts.pdf
7) Food and Drug Administration. Cell Phones: Health Issues. 2009.
www.fda.gov/Radiation-EmittingProducts/RadiationEmittingProductsandProcedure
s/HomeBusinessandEntertainment/CellPhones/ucm116282.htm
8) Federal Communications Commission (FCC). Wireless. 2008.
www.fcc.gov/cgb/cellular.html on September 28, 2009.
9) Hardell L, Nasman A, Pahlson A, et al. Use of cellular telephones and the
risk for brain tumors: A case-control study. Int J Oncol. 1999;15:113-116.
10) Hardell L, Hallquist A, Mild KH, et al. Cellular and cordless telephones and
the risk of brain tumours. Eur J Cancer Prev. 2002;159:277-283.
11) Hardell L, Carlberg M, Mild K. Case-control study on cellular and cordless
telephones and the risk for acoustic neuroma or meningioma in patients
diagnosed 2000-2003. Neuroepidemiology. 2005;25:120-128.
12) Inskip PD, Tarone RE, Hatch EE, et al. Cellular telephone use and brain
tumors. N Engl J Med. 2001;344:79-86.
13) International Agency for Research on Cancer. IARC Classifies Radiofrequency
Electromagnetic Fields as Possibly Carcinogenic to Humans. (Press Release)
www.iarc.fr/en/media-centre/pr/2011/pdfs/pr208_E.pdf
14) INTERPHONE Study Group. Brain tumor risk in relation to mobile telephone
use: results of the INTERRPHONE international case-control study. Int J
Epidemiol. Epub ahead of print on May 17, 2010.
15) Johansen C, Boice JD Jr, McLaughlin JK, et al. Cellular telephones and
cancer -- a nationwide cohort study in Denmark. J Natl Cancer Inst.
2001;93:203-207.
16) Lai H, Singh NP. Acute low-intensity microwave exposure increases DNA
single-strand breaks in rat brain cells. Bioelectromagnetics. 1995;16:204-210.
17) Lonn S, Ahlbom A, Hall P, et al. Swedish Interphone Study Group. Long-term
mobile phone use and brain tumor risk. Am J Epidemiol. 2005; 161:526-535.
18) Malyapa RS, Ahern EW, Straube WL, et al. DNA damage in rat brain cells after
in vivo exposure to 2450 MHz electromagnetic radiation and various methods
of euthanasia. Radiat Res. 1998;149:637-645.
19) Minn Y, Wrensch M, Bondy M. Epidemiology of primary brain tumors. In: Prados
M, ed. Brain Cancer. Hamilton: BC Decker; 2002:1-15.
20) Muscat JE, Malkin MG, Thompson S, et al. Handheld cellular telephone use and
risk of brain cancer. JAMA. 2000;284:3001-3007.
21) Muscat JE, Malkin MG, Shore RE, et al. Handheld cellular telephone use and
risk of acoustic neuroma. Neurology. 2002;58:1304-1306.
22) National Cancer Institute. Cellular telephone use and cancer risk. 2009.
www.cancer.gov/cancertopics/factsheet/Risk/cellphones
23) National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA). An Investigation of
the Safety Implications of Wireless Communications in Vehicles. 1997.
www.nhtsa.dot.gov/people/injury/research/wireless
24) National Institute of Environmental Health Sciences. Cell Phones. 2011.
www.niehs.nih.gov/health/topics/agents/cellphones/index.cfm
25) Redelmeier DA, Tibshirani RJ. Association between cellular telephone calls
and motor vehicle collisions. N Engl J Med. 1997;336:453-458.
26) Repacholi MH. Radiofrequency field exposure and cancer: What do the
laboratory studies suggest? Environ Health Perspect. 1997;105:1565-1568.
27) Rothman KJ, Chou CK, Morgan R, et al. Assessment of cellular telephone and
other radio frequency exposure for epidemiologic research. Epidemiology.
1996;7:291-298.
28) Savitz DA. Mixed signals on cell phones and cancer. Epidemiology.
2004;15:651-652.
29) Schoemaker M J, Swerdlow AJ, Ahlbom A, et al. Mobile phone use and risk of
acoustic neuroma: results of the Interphone case-control study in five North
European countries. Br J Cancer. 2005;93:842-848.
30) Schuz J, Jacobsen R, Olsen JH, et al. Cellular telephone use and cancer
risk: Update of a nationwide Danish cohort. J Natl Cancer Inst. 2006;98:1707-1713.
31) Stang A, Anastassiou G, Ahrens W, et al. The possible role of radiofrequency
radiation in the development of uveal melanoma. Epidemiology. 2001;12:7-12.

Wednesday, July 06, 2011

Café Científico Salvador - 08/7/2011, 18:00

Local: LDM - Livraria Multicampi, na Rua Direita da Piedade, 20, Piedade

Sistemas complexos: como esta abordagem teórica pode ser usada para analisar dados quantitativos de algumas peculiaridades da vida e da cultura da Bahia

Roberto F. S. Andrade (Instituto de Física/UFBA)


O conceito de sistemas complexos foi formado de maneira espontânea ao longo da segunda metade do século XX, baseado em técnicas matemáticas desenvolvidas no estudo de sistemas dinâmicos não lineares caos e física estatística. De uma forma bastante natural e paulatina, estas metodologias começaram a ser utilizadas por comunidades de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. Rigorosamente, até hoje não se tem uma definição precisa que permita delimitar e caracterizar quais objetos pertencem a esta classe. Do ponto de vista matemático, no entanto, o fato do objeto apresentar uma série de propriedades similares, mensuráveis através de algoritmos e definições razoavelmente precisas, permite que possamos formar uma lista de sistemas que atendem a diversos requisitos para poderem adotar tal denominação: não linearidade nas interações com de seus constituintes, presença de aleatoriedade correlacionada com memória de interações passadas, propriedades de invariância de escala, desvio das leis de distribuição para eventos estatisticamente independentes, etc. Nós pretendemos mesclar a nossa exposição, atentando a dois princípios: Ser objetivo na caracterização das propriedades matemáticas, mas evitando ao máximo a utilização da notação que não seja do domínio comum. Sugerir alguns temas que são de nosso cotidiano que sejam passíveis de ser investigado dentro desta abordagem como, por exemplo, o congestionamento da Av. Paralela ou o desfile do carnaval.
Café Científico UFBA - Primeira sessão - 05/07/2011, 20:00

Local: Salão Nobre da Reitoria, UFBA

Muito além do nosso eu

Miguel Nicolelis (Duke University, EUA)



A partir de julho de 2011, a iniciativa do CAFÉ CIENTÍFICO passa a contar com edição mensal na LDM - Livraria Multicampi, o CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR, e edição trimestral na UFBA, o CAFÉ CIENTÍFICO UFBA.

A sessão inaugural do CAFÉ CIENTIFICO UFBA aconteceu no dia 05 de julho às 20:00 horas, no Salão Nobre da Reitoria, com a participação do Prof. Miguel Nicolelis (Duke University, EUA), que na ocasião também lançou seu livro MUITO ALÉM DO NOSSO EU, pela Companhia da Letras.

Sobre o conferencista:
Miguel Nicolelis nasceu em São Paulo, em março de 1961. Formou-se em medicina (1984) e doutorou-se (1988) pela Universidade de São Paulo. Em 1989, determinado a desvendar as leis fisiológicas que regem a interação entre grandes populações de neurônios, mudou-se para os Estados Unidos. Desde 1994 está à frente de um grande laboratório na Universidade Duke, o Duke’s Center for Neuroengineering, base física das avançadas experiências com implantes de microeletrodos neurais em macacos que o tornaram conhecido no mundo todo. É também professor de neurociência na mesma universidade. Suas pesquisas foram publicadas na Nature, na Science e em inúmeras outras revistas científicas. A Scientific American o elegeu um dos vinte cientistas mais influentes do mundo. Membro das Academias de Ciências do Brasil e da França e da Pontifícia Academia das Ciências em Roma, é também fundador e Diretor Científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra, entidade dedicada ao fomento da pesquisa científica de ponta e ao desenvolvimento educacional e socioeconômico do Rio Grande do Norte e da região nordeste do Brasil.