Monday, July 28, 2008

Resumo da apresentação do dia 11/08/2008

Permanência e Transformação: Como a Termodinâmica vê os processos físicos

por Ernesto Borges (Escola Politécnica - UFBa)


Energia é um conceito fundamental em ciência. Ela se apresenta sob várias formas: energia mecânica, elétrica, gravitacional, química etc. Quando um sistema sofre transformações, sua energia pode mudar de uma forma para outra, mas a energia total se mantém constante.

Do ponto de vista da energia, em princípio, qualquer transformação que mantenha a energia total constante é possível. Entretanto, não é isso que observamos: algumas transformações sempre ocorrem, enquanto outras nunca acontecem. Por exemplo: se colocarmos uma gota de adoçante no café, mesmo que não o mexamos com uma colher, após algum tempo todo o café estará adocicado. Entretanto, após a mistura ter sido feita, nunca observamos o adoçante voltar a se concentrar em uma única gota de modo espontâneo, e o restante da xícara ficar como antes, sem o menor vestígio do sabor doce. Para explicar a predileção da natureza por algumas transformações em relação a outras é necessário utilizar um conceito adicional: a entropia.

Assim como a energia, a entropia é uma propriedade característica de todos os sistemas. Entretanto, seu comportamento é diverso: enquanto a energia se mantém constante (Primeira Lei da Termodinâmica), a entropia sempre aumenta ao longo de uma transformação (Segunda Lei da Termodinâmica). Desse jogo entre o que permanece constante e do que se transforma, resulta o modo como a Termodinâmica explica os processos físicos.


Leituras adicionais:

Gino Segrè, Uma questão de graus, Ed. Rocco, Rio de Janeiro, 2005.

Suani T. R. Pinho e Roberto R. S. Andrade, "Evolução das idéias daTermodinâmica e da Mecânica Estatística", em José Fernando Rocha (org.), "Origens e evolução das idéias da Física", Edufba, Salvador, 2002.

Octave Levenspiel, Termodinâmica amistosa para engenheiros, Editora Edgard Blucher Ltda.
Próximo Evento -11 de agosto 18h30min

Permanência e transformação: Como a termodinâmica vê os processos físicos

por Ernesto Borges (Escola Politécnica - UFBa)

Tuesday, July 22, 2008

Café Científico na Mídia 7 - Clipping A TARDE


Monday, July 07, 2008

Resumo da apresentação do dia 14/07/2008

Dengue: como avançar no controle desta doença?

por Glória Teixeira (ISC-UFBA)

A dengue, nos dias atuais, é uma das doenças transmitida por mosquito de maior importância para a Saúde Pública mundial. O seu vírus causador circula em quatro continentes e já atingiu mais de 100 países. Estimativas da OMS indicam que, anualmente, 50 milhões de pessoas são infectadas e cerca de 500.000 casos da Febre Hemorrágica do Dengue (FHD) ocorrem com pelo menos 12.000 óbitos por esta causa.

No Brasil, desde 2006 que epidemias sucessivas de febre do dengue vêm sendo registradas e, a partir de 1990, dois sorotipos (DENV1 e DENV2) do vírus passaram a circular simultaneamente e casos de FHD foram diagnosticados. Em 2001, com a introdução do DENV3 no país, houve agravamento da situação. Entre janeiro daquele ano e dezembro de 2002 mais de 2700 casos de FHD foram notificados. A epidemia que eclodiu em 2008 no Rio de Janeiro, com milhares de casos hemorrágicos atingindo crianças e adultos, colocou em colapso a rede de atenção à saúde daquela cidade, com grande repercussão nacional e internacional.

O estado da Bahia vem sendo acometido por dengue desde 1994 e, sua capital, Salvador, registrou a primeira epidemia logo no ano seguinte. Neste estado também circulam três sorotipos (DENV1,DENV2 e DENV3) e, a partir de 2002, principalmente, indivíduos também foram acometidos com FHD. Em 2008, houve um significativo aumento no número de casos no interior do estado, atingindo mais fortemente a região de Irecê, contudo, incremento no número de casos foi registrado em Salvador.

No que pese o avanço do conhecimento científico na área biomédica, tem-se constatado dificuldades no controle desta doença em todo o mundo, em função da inexistência de vacinas para uso em populações humanas e do controle estar centrado no combate ao seu vetor, o mosquito Aedes aegypti, único elo vulnerável da cadeia de transmissão do dengue. Apesar do dispêndio de recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) em ações de combate a este mosquito a situação epidemiológica do Brasil e da Bahia evidencia, claramente, que não vem se obtendo progressos na prevenção desta virose.

Diante destes fatos, cumprimento os organizadores do Café Científico pela iniciativa de trazer este tema para debate, por considerar da maior importância desvendar as razões das dificuldades institucionais, administrativas, políticas e científicas, para alcance de maior efetividade no combate ao dengue. Particularmente, pela necessidade de se implementar o componente de educação e mobilização social dos programas de controle da dengue, propósito que só será obtido com amplo debate e participação. Consideramos este componente peça chave da sustentabilidade e manutenção das ações de combate vetorial, que só são efetivas se forem contínuas, permanentes e capazes de promover modificações ambientais que tornem desfavoráveis a proliferação de um mosquito-vetor de hábitos antropofílicos, totalmente adaptado ao ambiente habitado pelo homem.

Os resultados de algumas avaliações concernentes às atividades e ações que vêm sendo desenvolvidas neste campo, no Brasil e em outros países, evidenciam claramente as dificuldades e limites das estratégias de educação, comunicação e mobilização que vêm sendo utilizadas. Entende-se que se faz necessário profundas mudanças nas abordagens que têm sido aplicadas, com vistas a superação das táticas campanhistas da antiga ‘polícia sanitária”. De acordo com as avaliações que vêm sendo conduzidas estas estratégias não têm obtido o efeito desejado, pois a maioria da população absorve os conhecimentos, ou seja, sabe onde o vetor coloca os ovos, que recipientes contendo água devem ser eliminados, da necessidade de colocar tampa nos depósitos que não podem ser eliminados, dentre outras informações. Contudo, estes conhecimentos não têm sido eficazes no sentido da indução de mudanças de práticas e comportamentos. Assim, os ambientes domésticos se mantêm receptivos à manutenção e proliferação do Aedes aegypti.

Deste modo, ao lado de pesquisas voltadas para o desenvolvimento de produtos, inovações e invenções que venham a aprimorar as técnicas de controle desta doença pelos serviços de saúde, faz-se necessário a abertura de espaços de diálogo e conversação entre profissionais, agentes de saúde e população. Este diálogo deve ser direcionado para a busca de soluções para os problemas que impedem a redução da população de mosquitos, sendo fundamental para aportar novos enfoque e subsídios para o delineamento de novas estratégias de atuação capazes de modificar comportamentos e atitudes, individuais e coletivas, frente a este risco sobre a saúde humana.
Próximo Evento 14 de julho de 2008 – 18h30min

Dengue: como avançar no controle desta doença?

por Glória Teixeira (ISC-UFBA)