Friday, December 07, 2012

Café Científico discute a pesquisa arqueológica na Bahia e os seus achados

Café Científico Salvador, 14/12/12 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.

ATUALIDADE DA ARQUEOLOGIA NA BAHIA

Carlos Etchevarne

(Prof. de Arqueologia, Depto. de Antropologia, FFCH/UFBA)

Matão de Cima, município e Palmeiras, Chapada Diamantina
Sítio de pinturas rupestres

A especificidade da Arqueologia, no conjunto das Ciências Sociais, incide, fundamentalmente, sobre a natureza dos documentos com que o profissional dessa área trabalha, isto é, os vestígios materiais da produção cultural de um grupo humano. Com esta premissa fica implícito que tanto um instrumento em pedra lascada de uma sociedade de caçadores coletores como um artefato saído da cadeia produtiva de uma indústria têm, para o arqueólogo, o mesmo valor documental, na medida em que permitem interpretar aspectos históricos, econômicos ou tecnológicos das sociedades que os produziram.

A Bahia apresenta-se como um vasto território com enorme potencial arqueológico, referente aos três períodos em que convencionalmente se divide a história da ocupação humana em todo o Brasil, ou seja, períodos pré-colonial, colonial e pós-colonial.  Existem no Estado áreas das quais, de maneira sistemática ou de forma eventual, foram feitos registros de sítios arqueológicos. Em outras regiões, ainda que nunca tenham sido visitadas por especialistas, se pressupõe uma grande potencialidade por quanto apresentam condições ambientais já reconhecidas como favoráveis à instalação humana, especialmente no que se refere aos grupos de caçadores coletores ou horticultores pré-coloniais. Assim sendo, pode-se pensar no Estado da Bahia como um verdadeiro celeiro de sítios arqueológicos à espera de pesquisa, preservação e adequada utilização.

A palestra que será apresentada no Café Científico tem por objetivo mostrar um panorama arqueológico geral sobre os resultados alcançados até o presente e mostrar as diretrizes traçadas para efetuar programas de pesquisa, preservação e gestão, em diferentes partes do Estado da Bahia.



Tuesday, November 06, 2012

Café Científico discute apoptose, processo de central importância no metabolismo celular e envolvido em várias doenças

Café Científico Salvador - 22/11/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.



“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”: uma visão celular

Valéria Matos Borges (Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ)

A célebre frase de Antoine-Laurent de Lavoisier "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” se adequa muito bem à visão celular do evento conhecido como apoptose, um dos principais tipos de morte celular programada com importantes implicações na homeostasia e desenvolvimento. A apoptose deflagra uma série de reações bioquímicas específicas que culminam na degradação do DNA (ácido desoxirribonucleico).

Por ser um evento chave para o organismo e altamente controlado, distúrbios em sua regulação, como o excesso ou a insuficiência de apoptose, muitas vezes estão implicados no aparecimento de doenças autoimunes, neurodegenerativas, câncer, entre outros. Além disso, a remoção de células mortas no organismo constitui um mecanismo vital nos mecanismos de defesa do hospedeiro e na modulação da resposta inflamatória.

A retirada de células mortas nos tecidos é realizada principalmente por células chamadas ‘macrófagos’ que também atuam como sítios de replicação de vários microorganismos intracelulares. Vários desses microorganismos patogênicos tiram proveito do ambiente anti-inflamatório gerado após a remoção, por fagocitose, de células apoptóticas para escaparem da resposta do sistema imune.
A apresentação desse tema no Café Científico discutirá como nada se perde com a morte celular e como tudo se transforma durante esse intrigante fenômeno biológico.

Para ler mais:
Livro texto: Alberts, B.; Bray, A.; Johnson, A.; Lewis, J.; Raff, M.; Roberts, K. & Walter, P. Biologia Molecular da Célula. 5ª ed. Editora ArtMed, 2010.

Livro texto: Green, D. R. Means to an End: Apoptosis and Other Cell Death Mechanisms. 1. ed. New York: Cold Spring Harbor Laboratory Press, 2011.

Maria de Fátima Horta e John Ding-E Young. Apoptose: Quando a Célula Programa a Própria Morte. Ciência Hoje (150) Jun/1999.

Cavaillon JM. The historical milestones in the understanding of leukocyte biology initiated by Elie Metchnikoff. J Leukoc Biol. 2011 Sep;90(3):413-24.

Devitt A, Marshall LJ. The innate immune system and the clearance of apoptotic cells. J Leukoc Biol. 2011 Sep;90(3):447-57. 

Friday, October 05, 2012

Café Científico Salvador discute uma nova e revolucionária perspectiva sobre o câncer.

Café Científico Salvador - 26/10/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.

O desenvolvimento do câncer considerado sob uma perspectiva organicista

Susie Vieira de Oliveira (Depto. de Ciências Biológicas, UEFS)



O câncer tem sido, talvez, a patologia mais extensivamente estudada nas últimas décadas, tanto devido à natureza da sua complexidade, quanto por representar um grave problema de saúde pública para as sociedades contemporâneas. Trata-se de um processo multifatorial, que se desenvolve em etapas múltiplas e que é caracterizado, principalmente, por alterações no controle da proliferação e diferenciação celulares.

A descoberta dos oncogenes e dos genes supressores de tumor como entidades envolvidas na regulação dos processos de crescimento, diferenciação e morte celulares, promoveu uma explosão de investigações centralizadas na identificação de genes, dos seus produtos protéicos e das rotas metabólicas relacionadas. Estes esforços culminaram na produção de uma lista numerosa de genes/proteínas que, em seus estados alterados, estão associados a etapas específicas do desenvolvimento neoplásico. Esta relação de especificidade tem resultado, finalmente, na adoção de algumas destas moléculas como marcadores biológicos de aplicação clínica para o diagnóstico, prognóstico e estabelecimento de estratégias terapêuticas.

Apesar da valiosa contribuição destes estudos, é necessário ressaltar que mesmo para as neoplasias mais estudadas, não foi possível, ainda, identificar mutações específicas que possam ser consideradas como necessárias e suficientes para a progressão da doença. A visão de que a simples identificação de mutações específicas e do papel que os seus produtos protéicos alterados desempenham em rotas metabólicas que levam a fenótipos específicos, é baseada em uma noção de especificidade que não leva em consideração o contexto das interações e nem a história desenvolvimental da célula alvo.

A grande maioria dos estudos sobre os fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer é baseada na formulação de perguntas que reduzem a complexidade do processo a um problema celular. A célula é vista como uma entidade quase independente e governada pelos seus genes. Esta abordagem reducionista levanta uma série de questões paradoxais que não poderão ser respondidas, exceto pela adoção de uma perspectiva organicista, isto é, pela compreensão de que as informações obtidas nas pesquisas científicas, especialmente aquelas de natureza quantitativa, devem ser analisadas considerando o organismo, bem como os seus órgãos, tecidos e células como unidades integrativas, e portanto, sujeitas a controles nos diferentes níveis de organização biológica.

Nesta apresentação pretendemos discutir as principais inconsistências encontradas entre os estudos empíricos e a teoria que explica as bases genéticas do câncer, a Teoria da Mutação Somática, vigente há décadas, e amplamente divulgada em publicações científicas e nos livros didáticos. Para tanto, conceitos como níveis hierárquicos de organização biológica, emergência, determinismo e causalidade serão considerados na tentativa de propor novas abordagens que possam explicar o desenvolvimento do câncer.

Para ler mais:
ALBERTS, B  et al. Biologia molecular da célula. Porto Alegre: Artmed. 5a Ed., 2010.
DUESBERG, P. Caos cromossômico e câncer. Scientific American, pág. 60-67, 2007.
EL-HANI, C.N., QUEIROZ, J. Downward determination. Abstracta, 1(2): 162–192, 2005.
PLANKAR, M. et al. On the origin of cancer: Can we ignore coherence? Progress in Biophysycs and Molecular Biology, 106: 380-390, 2011.
ROSSLENBROICH, B. Outline of a concept for organismic systems biology. Seminars in Cancer Biology, 21:156-164, 2011.
SOTO, A.M, SONNENSCHEIN, C. Emergentism as a default: Cancer as a problem of tissue organization. Journal of Bioscience, 30(1): 103-118, 2005.
SONNENSCHEIN, C., SOTO, A.M. Theories of carcinogenesis: An emerging perspective. Seminars in Cancer Biology, 18: 327-377, 2008.

Thursday, September 06, 2012

Café Científico Salvador discute blogs de ciências e seu papel na divulgação científica, como vistos por um autor de blog de ciências e pesquisador da UFRJ

Café Científico Salvador - 21/09/2012 - 18:00

Local: (Excepcionalmente) Sala 2, Instituto de Biologia/UFBA, Campus de Ondina

O Instituto de Biologia fica entre a Biblioteca Central da UFBA e o PAF-1

Blogs de Ciência e Divulgação Científica na Internet

Mauro de Freitas Rebelo (Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ)


O mundo hoje é melhor do que era há 5000, 500, 50, 5 anos atrás. Por causa da ciência. Ainda assim, o que observamos nesse começo de século é uma sociedade cada vez mais distante da ciência. Por quê?!

Parte da culpa é dos cientistas. Eles nunca se esforçaram muito para traduzir seus achados para a população, apesar de a população pagar pela produção desse conhecimento científico. Mas também o processo educacional, focalizado em um modelo de escola e professor com capacidade de alcance que não conseguiu instruir a população crescente. A consequência dessa deficiência no ensino é que, de certa forma, os cientistas modernos, apesar de todos os nossos meios de comunicação, estão mais isolados do que os cientistas estavam no renascimento. Isso porque a sociedade, em geral, hoje em dia é tão incapaz de entender o que os cientistas fazem como era há 500 anos.

E assim criamos um paradoxo: as pessoas nunca usaram tanto a ciência (e a tecnologia), nunca foram tão dependentes da ciência e, ao mesmo tempo, nunca estiveram tão distantes dela. A ciência não pode nos dar tudo de que precisamos para viver bem. Mas se quisermos dar à população tudo o que a ciência tiver a oferecer para que eles possam viver melhor, vamos ter que encontrar uma forma melhor de nos comunicarmos com eles.

Essa é uma tarefa de todos, mas principalmente do cientista, porque apenas ele pode traduzir o conhecimento complexo que está sendo produzido dentro dos laboratórios para a população leiga. Se fizermos isso, mais do que cumprir o nosso papel e a nossa responsabilidade social, estaremos capitaneando uma revolução na educação. Qualquer um que detenha um conhecimento e que tenha acesso a um computador e a internet, pode se tornar um professor para um número incalculável de pessoas, que, por quererem conhecimento e terem acesso a um computador (ou tablet, ou celular, ou TV) conectado a internet, se tornam alunos. 

E o momento é esse! A última pesquisa de opinião encomendada pelo MCT em 2010 mostra que 65% da população brasileira tem interesse pela ciência (mais que pela política, mas ainda menos que pelo esporte) e que a internet já é a principal fonte de acesso a notícias para jovens e adultos até 30 anos. Só que um alto percentual (40%) da população que não se interessa por ciência explica que simplesmente não consegue entender do que se trata. Não podemos permitir que a compreensão desses fenômenos e dos avanços tecnológicos e sociais permitidos por eles fique restrita a uma parcela da população só por serem difíceis, pouco intuitivos ou por estarem além da nossa compreensão. Isso seria condenar a maioria das pessoas a viver à margem da sociedade, da história e do futuro. Condená-los a viver à margem do seu próprio potencial é colocar nas mãos de outrem o poder de tomar decisões importantes para a sua vida e dos seus.

Os cientistas precisa tomar a iniciativa de um movimento para formar 'autores' e incluir científica, digital e socialmente a população.

Leia a versão completa desse texto no blog “Você que é biólogo...” em http://scienceblogs.com.br/vqeb/2012/09/aproximar_cientistas_sociedade/

Wednesday, August 15, 2012

Café Científico Salvador discute contribuições de uma das áreas de pesquisa mais relevantes da última década para a compreensão da relação entre parasitas e hospedeiros.

Café Científico Salvador - 24/08/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA  


Genômica funcional gera avanços no estudo da interação parasito-hospedeiro?

Patrícia S. T. Veras (FIOCRUZ)


Leishmanioses são doenças tropicais negligenciadas que se encontram disseminadas em todo o globo. Essas doenças são causadas pelo parasito Leishmania spp., que é transmitido ao homem pela picada do inseto vetor. As leishmanioses podem se manifestar em diferentes apresentações clínicas: a forma tegumentar, que pode ser cutânea ou mucocutânea, e na forma visceral. O aparecimento dessas manifestações depende da espécie e virulência do parasito e da resposta imune do hospedeiro. Genômica funcional, proteômica e, mais recentemente, sequenciamento de RNA são ferramentas em larga escala que vêm sendo utilizadas para compreender os mecanismos envolvidos em resistência e susceptibilidade na infecção por parasitos, incluindo Leishmania. Em nosso laboratório, utilizamos abordagens em larga escala para identificação de possíveis biomarcadores de doença, assim como alvos para intervenção imunoterápica e quimioterápica no controle da infecção por Leishmania, utilizando um modelo murino de leishmaniose tegumentar. Inicialmente, empregamos genômica funcional, que consiste na identificação de um conjunto amplo de genes expressos por uma determinada célula. Assim, utilizando o microarranjo de DNA, genes expressos pela célula hospedeira em resposta à infecção foram identificados. Adicionalmente, a proteômica permite a identificação do conjunto de proteínas presentes em células. O conjunto de proteínas expresso por células do hospedeiro em resposta à infecção por Leishmania foi identificado. Os genes e proteínas identificados foram organizados em redes biológicas funcionais para evidenciar seu possível papel no curso da infecção. Finalmente, algumas das proteínas identificadas por proteômica foram usadas como alvo para intervenção quimioterápica. A modulação de alguns desses alvos levou ao controle da infecção in vitro por Leishmania. Em conjunto, esses achados mostram que abordagens em larga escala são ferramentas úteis para estabelecer hipóteses sobre os mecanismos envolvidos na determinação do curso de infecções e a proteômica se mostrou como uma ferramenta útil na identificação de alvos para intervenção quimioterápica.


Para ler mais:
Barbosa, E. B.; Vidotto, A.; Polachini, G. M.; Henrique, T.; Marqui, A. B. T. & Tajara, E. H. Proteômica: metodologias e aplicações no estudo de doenças humanas. Rev Assoc Med Bras 2012; 58(3):366-375.

Barra, G. B.; Caixeta, M. C. S. A. S.; Costa, P. G. G.; Sousa, C. F. & Velasco, L. F. R. Diagnóstico molecular – passado, presente e futuro. RBAC. 2011;43(3):254-60.

Rosa, G. J. M.; Rocha, L. B. & Furlan, L. R. Estudos de expressão gênica utilizando-se microarrays: delineamento, análise, e aplicações na pesquisa zootécnica. R. Bras. Zootec., v.36, suplemento especial, p.185-209, 2007.

Friday, August 03, 2012

O assunto do primeiro Café Científico Salvador de Agosto são carros elétricos. Uma revolução na tecnologia do automóvel está no horizonte?


Café Científico Salvador - 14/08/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA  


Veículos elétricos - uma visão do futuro


Jorge José Gomes Martins (Universidade do Minho, Portugal)



Os anos 70 foram anos de mudança paradigmática relativamente aos automóveis, porque a sua evolução passou a debruçar-se predominantemente sobre a emissão de poluentes. Será que hoje estamos a ver uma mudança ainda mais profunda, com a erradicação do automóvel com motor de combustão? Se tal acontecer, a solução certamente será o uso de automóveis elétricos. Por estranho que pareça, os automóveis elétricos já tiveram a sua "idade de ouro", antes da Grande Guerra, na altura em que as deslocações eram somente urbanas e os carros como motores de combustão (a gasolina ou a carvão) eram sujos, barulhentos e sem confiabilidade. Será que estaremos a mover-nos para a nova "idade de platina" do automóvel elétrico? Assim parece, mas antes teremos de resolver alguns dos sérios problemas que ainda afligem a mobilidade elétrica. E a nova mudança trará também novas soluções e filosofias de mobilidade. Será que o novo carro elétrico será tão interessante como o novo eletrodoméstico? Certamente que ainda haverá muitas cabeças que rodarão para ver os futuros veículos elétricos, não pelo ruído que farão, mas pelas soluções inovadoras e pelos designs únicos que esta tecnologia permite. Estamos no despontar de tempos extremamente interessantes para a tecnologia automóvel.

Para ler mais:
Carros Elétricos, de Jorge Martins e Francisco Brito, Publindústria, 2012 (http://www.engebook.com.br/2/7707/Carros-Eletricos)
(algumas páginas deste livro podem ser acessadas em  http://issuu.com/engebook/docs/carros_electricos?mode=window&backgroundColor=%23222222)

Wednesday, July 11, 2012

Café Científico Salvador aborda os estuários da Baía de Todos os Santos com um olhar ecológico de caráter global e local


Café Científico Salvador - 20/07/2012 - 18:00


Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA 


Quando regional é global: ecologia nos estuários da Baía de Todos os Santos


Francisco Carlos Rocha de Barros Junior (Instituto de Biologia/UFBA)



Estuários são sistemas naturais costeiros onde ocorre a mistura da água doce dos rios com a água salgada do oceano. Atualmente é amplamente aceito que esses ambientes possuem grande importância ecológica e sócio-econômica. Diversos estudos ecológicos vêm sendo sistematicamente realizados nos sistemas estuarinos da Baía de Todos os Santos, apoiados por vários projetos de pesquisa. Nesta apresentação serão sistematizados e discutidos alguns temas como, por exemplo, as características de contaminação nesses sistemas, a estrutura dos bosques de manguezais, os padrões de diversidade das assembléias bentônicas (invertebrados associados ao fundo) e os resultados de experimentos manipulativos. Serão apresentados ainda um modelo empírico e um modelo hierárquico que buscam o entendimento desses sistemas e ações conservacionistas.


Para ler mais:
Barros, F. et al. 2009. Cap. VI Ambiente Bentônico. In: Hatje e Andrade. (Org.). Baia de Todos os Santos: aspectos oceanograficos. Salvador: EDUFBA, v. I, p. 207-242.

Link
http://www.btsinstitutokirimure.ufba.br/livrobts/

Saturday, June 16, 2012

Café Científico aborda as relações entre evolução e desenvolvimento embrionário 


Café Científico Salvador - 27/06/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA 


Desenvolvimento e Evolução: Como se Relacionam esses dois Processos de Mudança?

Charbel Niño El-Hani (Instituto de Biologia/UFBA)


Alguns dos principais avanços na construção do que tem sido denominada uma “síntese evolutiva estendida” dizem respeito ao papel do desenvolvimento embrionário na evolução, investigado pela biologia evolutiva do desenvolvimento (evo-devo). No entanto, a compreensão da evolução do desenvolvimento traz em si a complexidade de compreender uma mudança (evolutiva) num processo de mudança (desenvolvimental). Nesta conversa, adentraremos essa complexidade, discutindo: (1) a relação entre uma compreensão evolutiva do desenvolvimento e uma compreensão desenvolvimental da evolução no âmbito da evo-devo; (2) a superação de uma abordagem adultocêntrica na compreensão do processo evolutivo, que segue da idéia de que todas as etapas do ciclo de vida de um organismo podem mudar de modo evolutivamente relevante; e (3) as implicações da natureza do desenvolvimento para a compreensão da relação entre processos evolutivos que ocorrem dentro de populações (microevolução) e as mudanças evolutivas observadas ao nível da espécies ou acima delas (macroevolução). 

Sunday, May 13, 2012

Slides do Café Científico Salvador, 10/05/2011
Saulo Carneiro (IF-UFBA): O Nobel de Física de 2011: Um prêmio para a Cosmologia


http://www.4shared.com/office/-tE9lY_n/Saulo_Carneiro_10_Mai_2012.html

Thursday, May 03, 2012

ATENÇÃO: MUDANÇA DE DATA DO CAFÉ CIENTÍFICO DE MAIO - SERÁ EM 10/05.


Café Científico Salvador trata em Maio de 2012 do modelo cosmológico moderno e de suas principais predições.


Café Científico Salvador - 10/05/2012 - 18:30


Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA 


O Nobel de Física de 2011: Um prêmio para a Cosmologia
Saulo Carneiro (Instituto de Física, UFBA)


Discutiremos o modelo cosmológico moderno e suas principais predições, e como as mais recentes observações astronômicas o vêm confirmando. Em particular, veremos por quê o último Prêmio Nobel de Física foi concedido a pesquisas em cosmologia. 

Wednesday, April 11, 2012

Café Científico aborda o tema da dor e suas consequências em Abril de 2012


Café Científico Salvador - 17/04/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA


Mais do que sintoma: Dor provoca alterações no comportamento e no cérebro

Pedro Montoya (Instituto Universitario de Investigación en Ciencias de la Salud-IUNICS, Universidad de las Islas Baleares, Espanha)



A dor é uma sensação subjetiva e desagradável que surge frequentemente como uma resposta adaptativa à lesão corporal. Como acontece com qualquer outro comportamento, a experiência da dor surge da atividade cerebral e é modulada por diversos fatores biopsicossociais (genéticos, hormonais, cognitivos, emocionais, sociais, culturais). As pesquisas recentes têm destacado que a percepção da dor no cérebro saudável ativa uma rede complexa que envolve estruturas que processam componentes sensoriais e afetivos. Neste sentido, a expressão verbal e não verbal de dor faz parte de uma variedade de respostas biológicas e psicológicas (comportamentos) responsáveis por desencadear os estímulos nocivos e que permitem que o corpo possa lidar com as lesões corporais. No entanto, às vezes a dor se torna crônica e dura mais tempo, causando um sério declínio na qualidade de vida dos pacientes. Que fatores estão envolvidos na manutenção a longo prazo da dor? Que tipo de alterações no comportamento e na função cerebral pode ser observado em pacientes com dor crônica? Esta palestra tem como objetivo fornecer respostas a estas perguntas, a partir da pesquisa clínica e neurocientífica que tem sido realizada pelo nosso grupo com pacientes com dor crônica, em geral, e pacientes com fibromialgia, em particular.

Monday, March 26, 2012

O Café Científico sobre o Sistema de Saúde Brasileiro, com professor Jairnilson Paim (ISC-UFBA), com audiência de 150 pessoas, foi um sucesso! Grande estréia no novo local do café, no Auditório da Biblioteca dos Barris.

Envio abaixo o número especial da Lancet com artigos sobre o sistema de saúde brasileiro, que me foi enviado por prof. Jairnilson!

http://www.4shared.com/office/nDZJCS6Z/file.html

Tuesday, March 06, 2012

Café Científico retorna em Março de 2012, com tema muito atual!


Café Científico Salvador - 16/03/2012 - 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA


O Sistema de Saúde Brasileiro: Contradições e Desafios


Jairnilson Paim (Instituto de Saúde Coletiva/UFBA)



Um sistema de saúde representa uma resposta social aos problemas e necessidades de saúde, individuais e coletivos. Cada país, em função de suas características econômicas, políticas e culturais, constrói seu próprio sistema de saúde influenciado por sua história e, também, pelas relações que estabelece com outros países e com organizações internacionais.

O Brasil estruturou, ao longo do século XX, um sistema de saúde com múltiplas organizações públicas e privadas, separando as ações preventivas e curativas em distintas instituições, com as seguintes características: insuficiente, mal distribuído, ineficiente, inadequado, descoordenado, centralizado, autoritário e pouco eficaz. A partir da década de setenta, um conjunto de pesquisas e estudos realizados especialmente em universidades e escolas de saúde pública alimentou, com informações e conhecimentos críticos, debates e movimentos sociais em defesa do direito social à saúde e da reorientação dos sistema de saúde. Nessa perspectiva, a Reforma Sanitária Brasileira postulava uma totalidade de mudanças que incidissem na democratização da saúde e na construção de um novo sistema de saúde. Parte significativa desse projeto foi incorporada pela Constituição de 1988 e pela legislação ordinária, traduzida especialmente na implantação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao longo das três últimas décadas uma expressiva produção científica tomou como foco tal objeto, destacando aspectos relativos à organização, gestão, modelos de atenção, financiamento e infra-estrutura, particularmente no que se refere aos recursos humanos. Ao mesmo tempo, diversos estudos apontavam para uma segmentação dos sistema diante das contradições nas relações público-privado, cuja expressão fenomênica consiste na expansão da chamada saúde suplementar que envolve o crescimento dos planos de saúde privados de saúde, com baixa regulação, e na insuficiência da infra-estrutura pública decorrente da instabilidade do financiamento. Assim, os cidadãos brasileiros parecem enfrentar, presentemente, o pior dos mundos: um setor público subfinanciado e um setor privado subregulado.

A apresentação desse tema no Café Científico abordará o desenvolvimento histórico do Sistema de Saúde Brasileiro, especialmente após a Constituição de 1988, destacando contradições e desafios apontados pela produção científica. Utilizará algumas referências recentes sobre o tema, contemplando a descentralização, a gestão participativa, o financiamento, a organização e oferta de serviços (atenção básica, especializada e hospitalar), a infraestrutura, o acesso e uso de serviços de saúde e a relação público-privado.

Referências:

Bahia, L.  A Démarche do privado e do Público no Sistema de atenção à saúde no Brasil em Tempos de Democracia e Ajuste Fiscal, 1988-2008. In: Matta, G.C. & Lima, J.C.F.  Estado, Sociedade e Formação Profissional em Saúde. Contradições e desafios em 20 anos de SUS. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2008, p. 123-185.

Giovanella, L.; Escorel, S.; Lobato, L. de V.C.; Noronha, J.C. de; Carvalho, A.I. (organizadores). Políticas e Sistema de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2008. 1112p.

Paim, J.S. Reforma Sanitária Brasileira: contribuição para a compreensão e crítica. Salvador: EDUFBA; Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008. 356p.

Paim, J.S. O que é o SUS. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009148p.

Paim, J.; Travassos, C.; Almeida, C.; Bahia, L.; Macinko, J. O  sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. The Lancet, Saúde no Brasil maio de 2011, p.11-31.