Monday, August 16, 2010

Resumo Café - 20/08/2010, 18:00

Local: LDM - Livraria Multicampi, na Rua Direita da Piedade, 20, Piedade

UM DIÁLOGO COM DOIS LIDERES INDÍGENAS:
ISAKA HUNI KUIN (Osvaldo Kaxinawá) &
INKA MURU (Agustinho Manduca Kaxinawá)


Com participação da Professora Cecilia McCallum (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA/Depto. de Antropologia)


Professora Cecilia McCallum (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA/Depto. de Antropologia) introduzirá Isaka e Inka Muru Huni Kuin, os palestrantes principais, que discorrerão sobre o tema Conhecendo os Huni Kuin (Kaxinawá) do Acre: uma civilização indígena amazônica no Brasil do século XXI. A Profa. McCallum é antropóloga, pesquisadora e estudiosa da cultura Huni Kuin do Acre. Durante a sua breve apresentação, ela falará sobre o que aprendeu durante a sua vivência numa aldeia no alto Purus e introduzirá esse povo indígena, para o que utilizará uma amostra de imagens. Por fim, ela tratará da situação dos Huni Kuin no rio Jordão, área de onde procedem os palestrantes principais, os líderes Agostinho e Osvaldo Kaxinawá.


Quem são os Kaxinawá, Huni Kuin



Os Kaxinawá, que se autodenominam Huni Kuin, “Gente Verdadeira”, são falantes da família lingüística Pano Hãtxa Kuin, “língua verdadeira”. Eles habitam a floresta tropical desde o leste peruano até o Acre, constituindo a população indígena mais numerosa desse estado. Conquistaram o reconhecimento legal do seu posse de várias áreas indígenas, nas quais a sua população está crescendo e fortalecendo a sua antiga civilização, através do estabelecimento da sua independência econômica e cultural, o fortalecimento da sua organização política e o engajamento com o estado nacional e a civilização não-indígena. Em todas as terras Kaxinawá do Acre há escolas funcionando com professores indígenas bilíngües, um agente de saúde e um agente agroflorestal. Como professor bilingue, Isaka (Osvaldo) participa de um verdadeiro renascimento cultural; e Inka Muru (Agostinho), que participou da reconquista das terras do seu povo, nas décadas finais do século XX, segue liderando os Huni Kuin, social e culturalmente.

Entre novembro e dezembro de 2009, dois representantes da Organização Não-Governamental, a AMEI - Associação de Arte, Meio Ambiente, Educação e Idosos de Salvador-BA - conheceram a aldeia São Joaquim, no Rio Jordão, desencadeando, assim, uma parceria na área de educação. Agostinho e Osvaldo Kaxinawá visitam Salvador através dessa parceria.

Recomendações para leitura:
WEBER, Ingrid. Um copo de cultura: os Huni Kuin (Kaxinawá) do rio Humaitá e a escola. Rio Branco: Edufac. 2006.
LAGROU, Els M. A fluidez da forma: arte, alteridade e ação em uma sociedade amazônica (Kaxinawá, Acre): Rio de Janeiro: Topbooks. 2007.
AQUINO, Terri V. de; IGLESIAS, Marcelo M. P. Kaxinawá do Rio Jordão: história, território e desenvolvimento sustentado. Rio Branco, AC: Gráfica Kenê Hiwê/CPI-Acr, 1994.
HENIPABU MIYUI: HISTÓRIA DOS ANTIGOS. Editora UFMG. 2000.
CAPISTRANO DE ABREU (J.) Ra-txa Hu-ni-ku-i a Lingua dos Caxinauas do Rio Ibuacu ... Grammatica, Textos e Vocabulario Caxinauas [Paperback] Sociedade Capistrano de Abreu; 2nd edicao edition (January 1, 1941) ASIN: B001Y6519E
KENSINGER, Kenneth. How Real People Ought to Live: the Cashinahua of Eastern Peru. Prospect Heights, IL: Waveland Press. 1995.
MCCALLUM, Cecilia. Gender and Sociality in Amazonia: How Real People are Made. Oxford: Berg, 2001
DESHAYES, P. & KEIFENHIEM, B.Pensar el Otro. Entre los Huni Kuin de la Amazonia Peruana. 2003. Lima Instituto Francês de Estudios Andinos / CAAAP.