Monday, December 08, 2014

NESTE MÊS DE DEZEMBRO, O CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR DISCUTE A BRINCADEIRA COMO UMA CARACTERÍSTICA UNIVERSAL DA INFÂNCIA, MAS VARIÁVEL ENTRE AS CULTURAS. 

O QUE?

CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR – BRINCAR OU BRINCAR: EIS A QUESTÃO. 

QUANDO?

19 DE DEZEMBRO DE 2014 

A QUE HORAS? 

18 HORAS 

ONDE? 

SALA KÁTIA MATTOSO, BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA (BIBLIOTECA DOS BARRIS), RUA GENERAL LABATUT, 27, BARRIS, SALVADOR-BA



Brincar ou brincar: eis a questão

Ilka Bichara
Instituto de Psicologia/UFBA


Resumo

A espécie humana é curiosa e lúdica. Não importa onde, na cidade ou no campo, no palácio ou na favela, no frio ou no calor, no pântano ou no deserto, brincar é uma característica predominante nas crianças e não está ausente entre os adultos. Ainda que cada cultura, cada grupo, cada turma de amigos e mesmo cada criança tenha suas brincadeiras particulares, a simples existência do fenômeno é inquestionavelmente universal. Podemos então afirmar que brincar é uma característica definidora e universal da infância, embora culturalmente variável. Mas o que é brincar e por que essa é uma atividade tão presente?
Antes de qualquer tentativa de definição, é importante registrar que não só as crianças brincam. Filhotes de outras espécies, principalmente mamíferos, também brincam, mas nem todos. Vamos então começar nossa conversa tentando encontrar o que existe de comum entre as espécies que brincam. Foi o que fez Burghardt (2005) ao elaborar uma síntese com cinco grupos de critérios identificadores, o que ele denomina os “big five” da brincadeira:  Função imediata limitada; Componente endógeno; Diferença temporal ou estrutural; Ocorrência  repetida; Ambiente relaxado.
Mas, para que serve o brincar? Por que esse comportamento foi selecionado? Como um comportamento pode ser crucial e supérfluo ao mesmo tempo? E, se brincar é uma extravagância, como persistiu? Deve ter alguma função de adaptação ou, ao menos, um benefício que sobreponha seu custo, se não teria sido eliminada pelas forças da seleção natural.
Discutiremos esta questão a partir da hipótese de que brincar é, provavelmente, uma adaptação ontogenética, ou seja, um sistema comportamental que melhora a adaptação do indivíduo nos estágios imaturos da vida, perdendo seu significado na idade adulta.

Indicações de leitura:

Bichara, I.D.; Lordelo, E.R.; Carvalho, A.M.A. & Otta, E. (2009) Brincar ou brincar: eis a questão – perspectiva da psicologia evolucionista sobre a brincadeira. In: Yamamoto, M. E. e Otta, E. (Orgs) Psicologia Evolucionista. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 104-113.

Carvalho, A. M. A. (1989). Brincar juntos: natureza e função da interação entre crianças. In C. Ades  (Org.), Etologia: de animais e de homens (pp.199-210). São Paulo: Edicon.

Carvalho, A. M. A.; Pontes, F. A. R.; Magalhães, C. M. C. & Bichara, I. D. (2003). Brincadeira e Cultura: viajando pelo Brasil que brinca. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Yamamoto, M.E. & Carvalho, A.M.A. (2002). Brincar para que? Uma abordagem etológica ao estudo da brincadeira. Estudos de Psicologia, 7(10), 163-164.

Burghardt, G. (2005). The genesis of animal play: testing the limits. Cambridge: MIT Press.

Johnson, J. E., Christie, J. F., & Yawkey, T. D. (1999). Play and early childhood development. New York: Longman.

Thursday, November 20, 2014

NESTE MÊS DE NOVEMBRO, O CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR DISCUTE AS LIÇÕES QUE PODEMOS DERIVAR DE EXPERIÊNCIAS DE CONVIVÊNCIA COM A SECA NO SEMIÁRIDO NORDESTINO PARA NOSSA FUTURA ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.

O QUE?
CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR – CONVIVÊNCIA COM A SECA, E O QUE PODEMOS APRENDER PARA A ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: EXPERIÊNCIAS DO PROJETO MATA BRANCA

QUANDO?
21 DE NOVEMBRO DE 2014

A QUE HORAS? 18 HORAS

ONDE? 
SALA LUIZ ORLANDO, BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA (BIBLIOTECA DOS BARRIS), RUA GENERAL LABATUT, 27, BARRIS, SALVADOR-BA

Convivência com a seca, e o que podemos aprender para a adaptação às mudanças climáticas: Experiências do Projeto Mata Branca

Martin Obermaier
Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, COPPE/UFRJ


Resumo

Muito se fala hoje sobre o acontecimento da mudança climática, e seus possíveis impactos – frequentemente desastrosos – sobre o homem e a natureza. O IPCC – principal órgão científico para o avanço do conhecimento sobre a ciência da mudança climática, incluindo medidas mitigatórias e protetoras contra potenciais impactos negativos – considera agora como provável que as interferências humanas no sistema climático elevarão as temperaturas médias globais terrestres entre 2016 e 2035 em +0.3°C a +0.7°C; e em +0.7°C a +4.8°C até o final deste século. Para regiões caraterizadas por climas semiáridos ou áridos, como é o caso da Caatinga, as recentes projeções preveem também consideráveis reduções nos níveis de precipitação (–40 a –50%) e uma maior variabilidade climática, ou seja, uma crescente concentração das chuvas em poucos meses, contribuindo potencialmente para secas mais fortes ou para o processo da desertificação.
Não há dúvida de que a mudança do clima poderá causar fortes consequências para o semiárido nordestino, principalmente no meio rural onde a renda dos pequenos produtores depende muito das condições climáticas e da saúde do meio ambiente. Mas no mesmo tempo em que temos estas perspectivas bastante pessimistas, sabemos também que há um enorme conhecimento acumulado em práticas sustentáveis aplicadas que ajudam os agricultores familiares a sustentarem as suas famílias e protegerem a Caatinga no mesmo tempo – seja pela prática de fundo de pasto, construção de cisternas de placa, uso de hortas comunitárias, aplicação de adubo orgânico, ou melhorando a governança via cooperativismo ou associativismo. Instituições regionais e locais promovem este processo, que também é chamado de convivência com o semiárido, baseado na afirmação de que é (1) possível conviver – em vez de combater – com as características naturais e climáticas da Caatinga; e (2) que a riqueza sociocultural e biológica precisa de proteção para garantir a sobrevivência do povo rural.
Existe aqui uma conexão entre a lógica da convivência e a necessidade de se adaptar à mudança climática; ao final, os dois conceitos pretendem responder à questão da melhor maneira de lidar com condições climáticas adversas, ao mesmo tempo promovendo o desenvolvimento sustentável. Mas enquanto os impactos piores da mudança climática são projetados para o futuro distante – aproximadamente a partir dos anos 2040-50 para frente – a seca e as consequências dela têm um histórico, e são de relevância iminente: desde 2010 a região semiárida do Nordeste está sendo atingido por uma das piores secas do passado, afetando cerca de 10.6 milhões de pessoas. Neste contexto, gastos em ações emergenciais e estruturantes têm ultrapassado R$ 12 bilhões desde 2012.
O objetivo desta palestra é discutir o que podemos aprender desta convivência com a seca para uma futura adaptação às mudanças climáticas. A discussão é baseada nas experiências do Projeto Mata Branca – iniciado em 2007 –, que apoiou até agora 132 subprojetos nos Estados da Bahia e do Ceará com foco em arranjos produtivos locais sustentáveis e medidas de conservação, relacionando-as com o empoderamento de comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas, revitalização de padrões culturais da Caatinga e promoção de igualdade de gênero.

Indicações de leitura:
Conceitos chaves: vulnerabilidade de impacto versus vulnerabilidade social, e mudança climática
Obermaier, M., Rosa, L.P., 2013. Mudança climática e adaptação no Brasil: uma análise crítica. Estudos Avançados 27, 155–176.

Estadão, 2014. IPCC: Como as mudanças climáticas afetarão o Planeta [WWW Document] URL http://topicos.estadao.com.br/ipcc (acessado 11.5.14).

Segurança alimentar e mudanças climáticas
Obermaier, M., Martins, R.D., Antoniazzi, L.B., Lemos, M.C., Herrera, S., 2014. Contextualização da relação entre Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e adaptação às mudanças climáticas: complexidade do tema e abordagens conceituais, Projeto Estado da Arte: Segurança Alimentar e Adaptação às Mudanças Climáticas. OXFAM, MMA, Salvador.

Pinto, H.S., Assad, E.D. (Orgs.), 2008. Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil. Embrapa, UNICAMP, São Paulo.

Sobre a convivência com o semiárido
FLEM, CAR, CONPAM, 2013. Projeto Mata Branca. [WWW Document] URL http://projetomatabranca.org.br/ (acessado 11.5.14). Resumo
Silva, R.M.A., 2007. Entre o combate à seca e a convivência com o semi-árido: políticas públicas e transição paradigmática. Revista Econômica do Nordeste 38, 466–485.

Outros estudos
Silva, H.V.O., Silva, G.L., Obermaier, M., Paiva, J.J.J., Nascimento, G.F., Pires, S.H.M., La Rovere, E.L., 2013. Estudo Estratégico de Políticas Públicas em Área do Bioma Caatinga do Estado da Bahia - Sumário Executivo. CAR, Salvador.

Barbieri, A.F., Confalonieri, U.E.C., 2008. Mudanças Climáticas, Migrações e Saúde: Cenários para o Nordeste, 2000-2050. Cedeplar, LABES/FIOCRUZ.

Marengo, J.A., 2008. Água e mudanças climáticas. Estudos Avançados 22, 83–96.

Propostas para um planejamento de adaptação
Obermaier, M., Lemos, M.C., Martins, R.D., Torres, R.R., Lapola, D.M., 2014. Relatório final com propostas de medidas adaptativas, Projeto Estado da Arte: Segurança Alimentar e Adaptação às Mudanças Climáticas. OXFAM, MMA, Salvador.


COEP, 2011. Subsídios para a Elaboração do Plano Nacional de Adaptação aos Impactos Humanos das Mudanças Climáticas. Grupo de Trabalho Mudanças Climáticas, Pobreza e Desigualdade, Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), Rio de Janeiro.

Monday, October 13, 2014

NESTE MÊS DE OUTUBRO, O CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR TRAZ UMA PERSPECTIVA CIENTÍFICA SOBRE UM TEMA DE GRANDE INTERESSE DA POPULAÇÃO: ADULTERAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS.

O QUE?
CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR – ADULTERAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS: O QUE ESTÃO COLOCANDO NO SEU CARRO

QUANDO?
24 DE OUTUBRO DE 2014

A QUE HORAS? 18 HORAS

ONDE? 
AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA (BIBLIOTECA DOS BARRIS), RUA GENERAL LABATUT, 27, BARRIS, SALVADOR-BA






Adulteração de combustíveis: o que estão colocando no seu carro

Prof. Dr. Leonardo Sena Gomes Teixeira
Instituto de Química -UFBA



Resumo

Os combustíveis automotivos, de acordo com o tipo e aplicação, requerem um mínimo de qualidade para que sua energia possa ser utilizada da melhor maneira possível no motor veicular. No Brasil, essa qualidade mínima é estabelecida por especificações técnicas, que são legalmente amparadas por lei, visando assegurar que todo o combustível comercializado possua um padrão mínimo avaliado por suas características físico-químicas determinadas por testes e análises laboratoriais. No entanto, antes do combustível chegar ao consumidor, alterações na qualidade do combustível podem ser introduzidas seja por meio de transporte, manuseio e armazenamento inadequados ou adulteração pela adição ilegal de outras substâncias, tais como solventes.
Apesar da preocupação e ações do órgão regulador do setor de combustíveis e programas de acompanhamento da qualidade, práticas de adulterações da gasolina, óleo diesel e álcool combustível ainda são presentes no Brasil. A adição de compostos irregulares nos combustíveis pode trazer prejuízo direto ao consumidor, com danos à sua saúde e ao seu veículo. A adulteração da gasolina com a adição de solventes irregulares, por exemplo, pode prejudicar o processo de queima do combustível, reduzindo o desempenho do motor automotivo, aumentando o consumo de combustível. Além disso, a adição de solvente pode provocar o desgaste prematuro do sistema de injeção e de peças internas: câmara de combustão, válvulas, cilindros, entre outros, reduzindo o tempo de vida útil do motor e aumentando os gastos com manutenção. Não menos importante, são os prejuízos ao meio ambiente e à saúde da população e dos trabalhadores que manipulam o produto, já que emissões atmosféricas mais poluentes podem ser observadas com a adulteração. Esta adulteração acarreta, ainda, sonegação fiscal por parte do comerciante, visto que os solventes, além de mais baratos que a gasolina, podem ser obtidos por meios clandestinos, resultando em concorrência desleal entre os postos revendedores e redução de arrecadação pelo Estado.
A fraude nos combustíveis é geralmente detectada nos postos de revenda, onde, geralmente, são identificadas as adulterações. Assim, o desenvolvimento de métodos analíticos para o controle de qualidade e detecção de adulterações através da determinação da composição e das propriedades físico-químicas dos combustíveis tem sido importante tema para pesquisas científicas.

Indicações de leitura:
- Queiroz Júnior, E. P.; Teixeira, L. S. G.; Cunha, S. D. Prospecção de patentes relacionadas com marcadores de combustíveis líquidos. Cadernos de Prospecção, v. 6, p. 81-90, 2013. Disponível em http://www.portalseer.ufba.br/index.php/nit/article/view/11436/8262.
- Souza, J. C.; Costa, J. L. O.; Lim, A.A.G.; Pontes, L. A. M.; Guimarães, P. R. B.; Vitor Sobrinho, E.; Vianna, R.; Teixeira, L. S. G. Validação do Uso do n-Heptano Recuperado na Análise de Goma Lavada em Gasolina Automotiva. Analytica, São Paulo, v. 9, p. 25-29, 2004. Disponível em http://www.revistaanalytica.com.br/ed_anteriores/09/9%20ArtigoGoma.pdf
- Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - Boletim mensal do monitoramento da qualidade dos combustíveis líquidos automotivos. Disponível em http://anp.gov.br/?pg=72308&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&cachebust=1412989024414
- Teixeira, L. S. G.; Oliveira, F. S.; Santos, H. C.; Cordeiro, P. W. L.; Almeida, S. Q. Multivariate Calibration in Fourier Transform Infrared Spectrometry as a Tool to Detect Adulterations in Brazilian Gasoline. Fuel, v. 87, p. 346-352, 2008.
- Oliveira, F. S.; Teixeira, L. S. G.; Araújo, M. C. U. ; Korn, M. Screening Analysis to Detect Adulterations in Brazilian Gasoline Sample using Distillation Curves. Fuel, v. 83, p. 917-923, 2004.
Café Científico Salvador realiza debate sobre o livro “Por que asGalinhas cruzam as Estradas? A História das Ideias sobre a Vida e a sua Origem”

O QUE?
CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR – debate sobre o livro “Por que as Galinhas cruzam as Estradas? A História das Ideias sobre a Vida e a sua Origem”
QUANDO? 29 DE AGOSTO DE 2014
A QUE HORAS? 18 HORAS
ONDE? AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA (BIBLIOTECA DOS BARRIS), RUA GENERAL LABATUT, 27, BARRIS, SALVADOR-BA

Na sexta-feira, dia 29 de agosto, acontece o Café Científico Salvador, que desta vez fará a discussão a partir de uma obra literária. O tema da discussão será “Como a Humanidade compreendeu a Vida e suas Origens desde a Antiguidade Clássica?”. Compõem a mesa de debate os professores da UFBA Charbel El-Hani (Inst. Biologia), Hilton Japyassu (Inst. Biologia) e Thierry Petit Lobão (Inst.Matemática). O evento acontece às 18h, na Biblioteca Pública dos Barris.
O livro sobre o qual a discussão se dará tem como objetivo problematizar e socializar questionamentos acerca do que é a vida e de qual a sua origem. Após a palestra, será sorteado um exemplar deste livro entre os presentes.
O Café Científico Salvador, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (UFBA/UEFS), pela LDM - Livraria Multicampi, pela Tribuna da Bahia, pela Rádio CBN e pela Biblioteca Pública do Estado da Bahia.

Monday, July 07, 2014

APÓS A COPA DO MUNDO, O CAFÉ CIENTÍFICO TRAZ UMA REFLEXÃO SOBRE OS FENÔMENOS DE MASSA, ENFOCANDO OS MEGAEVENTOS E, EM PARTICULAR, A PRÓPRIA COPA DO MUNDO, DESDE UMA PERSPECTIVA CIENTÍFICA.

O QUE? CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR – OS FENÔMENOS DE MASSA

QUANDO? 18 DE JULHO DE 2014

A QUE HORAS? 18 HORAS

ONDE? AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA (BIBLIOTECA DOS BARRIS), RUA GENERAL LABATUT, 27, BARRIS, SALVADOR-BA

Café Científico Salvador, 18 de Julho de 2014, 18:00
Local:  Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.




Os Fenômenos de Massa


Prof. Dr. Ordep Trindade Serra
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas-UFBA



Resumo

Desejamos fazer uma reflexão de caráter sociológico sobre a problemática dos megaeventos, focalizando de forma especial a Copa do Mundo FIFA, em sua edição de 2014, realizada no Brasil. Também faremos breve referência às Olimpíadas com destaque para as de 2016, a realizar-se no Rio de Janeiro. Sobre megaeventos já existe uma bibliografia significativa, que tende a enriquecer-se, pois o tema continua a atrair a atenção de sociólogos, economistas e politólogos, entre outros. Megaeventos se relacionam com estratégias político-econômicas que se articulam no “espaço de fluxos” (Castells) com o protagonismo de agências capazes de atuação transnacional e produzir efeitos “glocais”, com grandes impactos nos ambientes que lhes servem de cenário. Destacaremos seu efeito concentrador de renda e seu papel indutor na privatização de espaços públicos, seu impacto urbanístico e suas ressonâncias políticas no seio dos Estados que os sediam. Tomaremos como ponto de partida teses de G. Harvey, Bauman e N. Klein para examinar a adequação do modelo dos megaeventos à estratégia neoliberal. Faremos também, a propósito, uma breve recapitulação de algumas das principais análises das “jornadas de junho” de 2013 e das discussões ainda correntes sobre o chamado “legado da Copa”.

Tuesday, May 27, 2014

ÀS VÉSPERAS DA COPA DO MUNDO, O CAFÉ CIENTÍFICO ENTRA EM CLIMA DE FUTEBOL! VENHAM CONHECER COMO OS PRINCÍPIOS E AS LEIS DA FÍSICA ESTÃO ENVOLVIDAS NOS PRINCIPAIS LANCES DO ESPORTE NACIONAL.




Café Científico Salvador, 6 de Junho de 2014, 18:00
Local:  Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.



A Física do Futebol


Prof. Dr. Esdras Santos
Instituto de Física-UFBA



Resumo


Apresentaremos alguns dos lances mais presentes e relevantes no futebol, a exemplo da cobrança de pênalti, impedimento, gol olímpico, dentre outros, utilizando para isto a abordagem do ponto de vista da Física e evidenciando os princípios e leis naturais envolvidos.

Monday, March 31, 2014

EM 2013, O PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS LANÇOU UM NOVO RELATÓRIO. O CAFÉ CIENTÍFICO PROPÕE EM ABRIL DE 2014 UMA DISCUSSÃO A RESPEITO DO RELATÓRIO E, EM GERAL, DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DESDE A PERSPECTIVA DE SUAS BASE FÍSICA. NOSSO CONVIDADO PARA TRATAR DO ASSUNTO É PROF. CLEMENTE A. S. TANAJURA, DO INSTITUTO DE FÍSICA DA UFBA.



Café Científico Salvador, 25 de Abril de 2014, 18:00Local:  Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.




UMA VISÃO GERAL SOBRE A BASE FÍSICA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Clemente A. S. Tanajura (IF-UFBA)

Nessa palestra serão apresentados alguns dos principais resultados do recentemente divulgado Relatório do Grupo de Trabalho I do Quinto Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) de 2013 enfocando os aspectos físicos do sistema climático. Informações sobre a variabilidade interanual a decenal do clima global e sobre os cenários de mudança climática até o final do século 21 serão discutidas. Ainda, cenários enfocando o clima no Brasil e seus impactos na agricultura brasileira serão abordados.

Leituras recomendadas:

Relatório de 2013 do Grupo de Trabalho I do IPCC
disponível em https://www.ipcc.ch/report/ar5/wg1/

Relatório de 2007 do Grupo de Trabalho I do IPCC (traduzido para o português)
disponível em http://mudancasclimaticas.cptec.inpe.br/~rmclima/pdfs/relatorio_ipcc/IPCCWGI.pdf

Relatórios elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
• Atlas de Cenários Climáticos Futuros para o Brasil (PDF)
• Mapas de Anomalia de chuva e temperatura do ar (PDF)
• Caracterização do Clima Atual e Definição das Alterações Climáticas para o Território Brasileiro ao Longo do Século XXI - Livro Completo(PDF)
• Relatório nº1 - Caracterização do clima no Século XX e Cenários Climáticos no Brasil e na América do Sul para o Século XXI derivados dos Modelos Globais de Clima do IPCC (PDF)
• Relatório nº2 - Caracterização do clima no Século XX no Brasil: Tendências de chuvas e Temperaturas médias e extremas (PDF)
• Relatório nº4 - Tendências de Variações Climáticas para o Brasil no Século XX e Balanços Hídricos para Cenários Climáticos para o Século XXI (PDF)
• Relatório nº6 - Mudanças Climáticas e possíveis alterações nos Biomas da América do Sul. (PDF)
• Sumário Técnico (PDF)
disponíveis em http://mudancasclimaticas.cptec.inpe.br

Sunday, March 23, 2014

O CAFÉ CIENTÍFICO DISCUTE EM MARÇO DE 2014 POR QUE RAZÕES DEVEMOS NOS PREOCUPAR COM A PERDA DE VEGETAÇÃO NATIVA E DE BIODIVERSIDADE. ESTAS RAZÕES ESTÃO LONGE DE SE LIMITAR A UMA PREOCUPAÇÃO COM OUTRAS ESPÉCIES! TRATA-SE DE SE PREOCUPAR COM OS SERVIÇOS QUE OS ECOSSISTEMAS NOS PRESTAM E SEM OS QUAIS NOSSOS SISTEMAS SOCIOECONÔMICOS COLAPSARÃO.


Café Científico Salvador, 25 de Março de 2014, 18:00 (excepcionalmente, terça-feira)

Local: Sala Luis Orlando, Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.



PERDA DE VEGETAÇÃO NATIVA E A PERDA DE BIODIVERSIDADE:
RAZÕES ÉTICAS E PRAGMÁTICAS PARA NOSSA PREOCUPAÇÃO

Pedro Luís Bernardo da Rocha (IB-UFBA)


Os impactos das ações humanas sobre os sistemas naturais têm levado a extinções locais e globais de inúmeras espécies. Um dos impactos humanos que mais contribui para essa situação é a substituição da vegetação nativa por ambientes simplificados, destinados à produção de alimentos, madeira, fibras e outros bens para os homens. A ciência da ecologia tem investigado os processos que conectam a perda progressiva da vegetação nativa em uma certa região com o desaparecimento local de suas espécies. Uma das conclusões desses estudos é que o efeito a remoção de uma certa quantidade dessa vegetação sobre as espécies locais varia a depender de quanta vegetação já foi removida. Se ainda houver muita vegetação na área, a supressão de alguns hectares pode não afetar as espécies nativas; contudo, a remoção da mesma quantidade de vegetação em uma região onde já houve supressão anterior pode levar ao colapso da biodiversidade local. Um estudo realizado por nosso grupo sobre o efeito da perda de Mata Atlântica da Bahia sobre árvores, invertebrados e vertebrados exemplifica como esse colapso pode ser dramático. Os modelos ecológicos que descrevem esse processo podem auxiliar no planejamento do uso do solo pelo homem, visando a manutenção da biodiversidade. Uma proposta produzida por um grupo de acadêmicos e técnicos de órgãos ambientais da Bahia exemplifica como se pode integrar teoria ecológica e gestão ambiental de modo frutífero. A preocupação com a manutenção da biodiversidade não apresenta apenas uma dimensão ética. Ela está relacionada com a necessidade de garantir condições minimamente adequadas para que a produção de bens e serviços à humanidade seja garantida no médio e longo prazo. Vários estudos exemplificam como a manutenção da biodiversidade é essencial para que isso ocorra.
  
Leituras sugeridas:
Jean Paul Metzger 2010. O Código Florestal tem base científica? Natureza e Conservação 8(1): 92-99.
Dary M.G. Rigueira 2011. Limiares ecológicos na ecologia pós-moderna. Ciência Hoje 48: 68-69.
Dary M.G. Rigueira e colaboradores 2011. Perda de habitat, leis ambientais e conhecimento científico: proposta de critérios para a avaliação dos pedidos de supressão. Revista Caititu 1: 21-42. Disponível em http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revcaititu/article/viewFile/5139/03%20Artigo%201

Wednesday, January 22, 2014

O CAFÉ CIENTÍFICO VOLTA EM 2014 COM UMA DISCUSSÃO SOBRE EXIBIÇÕES ANTROPOLÓGICAS DOS SÉCULOS XIX E XX, NO CONTEXTO DE UM TRATAMENTO SOBRE O RACISMO CIENTÍFICO.




Café Científico Salvador, 7 de Fevereiro de 2014, 18:00

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.


ZOOLÓGICOS HUMANOS? EXIBIÇÕES ANTROPOLÓGICAS DOS SÉCULOS XIX E XX
Juanma Sánchez Arteaga (IHAC-UFBA)

Durante todo o século XIX e até quase completar a primeira metade do XX, numerosos países Europeus e Americanos - inclusive o Brasil - organizaram diversas exposições antropológicas de caráter pretensamente «científico», nas quais membros nativos de diferentes comunidades indígenas, especialmente transportados desde suas terras para participar em tais eventos, foram exibidos publicamente com uma intenção educativa. Analisaremos diversas tentativas de popularizar o conhecimento científico em antropologia e biologia humana por meio da exibição de nativos. Normalmente, tais exibições eram organizadas com ambições científicas, tanto para popularização do saber antropológico da época entre o público leigo quanto para fornecer uma oportunidade para o estudo “in vivo” dos nativos por parte de médicos, antropólogos ou especialistas em biologia humana. A animalização dos nativos implícita em muitos desses shows –em ocasiões, realizados em parques zoológicos, e inclusive, em certos casos, com nativos exibidos em gaiolas junto com animais- tem levado a alguns autores a falar de “Zoológicos Humanos”, se bem que a pertinência desse termo seja discutida em meios acadêmicos. Será apresentada uma breve descrição de algumas dessas exibições, especialmente aquelas que na época foram consideradas pelos organizadores e pelo público como sendo de alto interesse científico para a popularização da ciência da época. Trataremos de pôr tais exposições antropológicas em relação com outro tipo de espetáculos contemporâneos que incluíam exibições humanas como principal atração -como os chamados “freaks shows” ou as “exposições missionais” -, assim como  com o discurso científico da biologia humana e da etnocêntrica antropologia física do período considerado. Menção especial será concedida à “Primeira Exposição Antropológica Brasileira” (Rio de Janeiro, 1882), em que foi apresentado ao público carioca um grupo de índios Botocudos, sendo descritos pelos organizadores como representantes brutalizados e semi-bestiais da humanidade nos seus primórdios evolutivos, mais próximos aos primatas do que às supostas “raças superiores” sob muitos aspectos. Trataremos de suscitar algumas reflexões concernentes tanto à popularização da ciência quanto à educação em ciência, em especial quanto aos valores ideológicos subjacentes ao conhecimento científico e aos processos de alterização que tem conduzido à marginalização, estigmatização e inferiorização de numerosos grupos humanos ao longo da história das ciências.

Leituras sugeridas:
-ANDERMANN, Jens. Espetáculos da diferença: a Exposição Antropológica Brasileira de 1882. Topoi - Revista de História, Rio de Janeiro, v.5, p.128-170. Available at: http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/topoi09/topoi9a6.pdf.
-FERNANDES, Daniela: Exposição relembra shows étnicos com humanos 'exóticos' na Europa. (BBC Brasil) http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/12/111201_galeria_shows_etnicos_df.shtml
- GELEDÉS. INSTITUTO DA MULHER NEGRA Racismo: Exposição em Paris mostra como seres humanos foram exibidos em feiras, circos e zoológicos no fim do século 19. http://www.geledes.org.br/esquecer-jamais/179-esquecer-jamais/12141-racismo-exposicao-em-paris-mostra-como-seres-humanos-foram-exibidos-em-feiras-circos-e-zoologicos-no-fim-do-seculo-19
-LANGER, Johny; RANKEL, Luiz Fernando. A Exposição Antropológica de 1882. Revista Museu, Rio de Janeiro. Available at: http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=4245.
-Revista da Exposicao Anthropologica Brazileira, 1882. MORAES FILHO, Mello (Ed.). Rio de Janeiro: Typographia Pinheiro. 1882. http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/04016600
- SÁNCHEZ ARTEAGA, Juanma. La antropología física y los «zoológicos humanos»: exhibiciones de indígenas como práctica de popularización científica en el umbral del siglo XX.  Asclepio, Vol 62, No 1 (2010),  http://asclepio.revistas.csic.es/index.php/asclepio/article/viewArticle/305
-SANCHEZ ARTEAGA, Juanma and N. EL-HANI, Charbel. Physical anthropology and the description of the 'savage' in the Brazilian Anthropological Exhibition of 1882. Hist. cienc. saude-Manguinhos [online]. 2010, vol.17, n.2
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702010000200008&script=sci_arttext


SCHWARCZ, Lilia M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras. 1993.