Thursday, December 06, 2007

Resumo da apresentação do dia 10/12/2007

A mente está cada vez mais fora do corpo: sobre artefatos cognitivos e semióticos.

Por João Queiroz do Intituto de Biologia da UFBa.

João Queiroz (IB-UFBA) [www.semiotics.pro.br] explorará a tese de que a mente e a cognição humana são produto direto da construção e manipulação de artefatos semióticos, ou seja, de artefatos que permitem a ação mediada por signos. Trata-se de uma novidade entre cientistas cognitivos, cuja popularização se deve principalmente a um livro recente de Andy Clark, intitulado "Natural-born Cyborgs". Para Clark, seres humanos são uma espécie de "ciborgues inatos", que constroem um nicho cognitivo, tornando-se um tipo de simbionte tecnológico, cuja mente-corpo se encontra distribuída no espaço em queestá imersa. João Queiroz reinterpreta a tese de Clark, ao enfatizar características explicitamente semióticas dos artefatos e das tecnologias empregadas pelo homem, desde a linguagem verbal com propriedades simbólicas até as notações formais baseadas em diagramas, mapas etc.
Próximo Evento 10/12/2007 – 18 horas

A mente está cada vez mais fora do corpo: sobre artefatos cognitivos e semióticos.

Por João Queiroz do Intituto de Biologia da UFBa.

Tuesday, October 30, 2007

Próximo Evento 12/11/2007 – 18 horas


Evolução do comportamento sexual nos animais.

Por Aldo Malavasi – Professor Titular de Genética e Evolução (aposentado) do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociência da USP. Atualmente Presidente da Organização Social Biofábrica Moscamed Brasil em Juazeiro, Bahia e morador em Salvador desde início de 2005 .

Thursday, September 27, 2007

Resumo da apresentação do dia 08/10/2007

Comportamento de primatas não-humanos e comportamento humano: Entendendo semelhanças para compreender melhor as diferenças.

Por Charbel Niño El-Hani do Instituto de Biologia da UFBa

Quando tentamos compreender a natureza e origem da espécie humana, dois erros são fatais: primeiro, a idéia de uma descontinuidade completa, como se houvesse um abismo entre nossa espécie e os demais animais. O pensamento evolutivo é a base de todo o conhecimento biológico, a tal ponto que alguém que não pensa evolutivamente ou não aceita a evolução não tem como dizer que conhece biologia ou pensa biologicamente. Entre as teorias da evolução propostas ao longo da história da biologia, as teorias darwinistas são as que têm gozado de maior aceitação entre os cientistas desde a metade do século XIX. De uma perspectiva evolucionista, as espécies estão relacionadas por laços de parentesco ao longo da história da vida na Terra e uma parte significativa de suas características – mas não todas – são produtos de processos graduais de transformação. Assim, não há por que esperarmos que não existam importantes semelhanças – e, logo, continuidades – entre nossas características e as de nossos parentes mais próximos, em particular, chimpanzés, bonobos, gorilas e orangutangos. Não há também fundamentos, sejam teóricos ou empíricos, para sustentar que nossas características tenham surgido de uma só tacada em nossa espécie, Homo sapiens. A maioria da evolução das características que consideramos mais próprias de nossa espécie ocorreu, na verdade, em espécies anteriores à nossa e ao longo de milhões de anos. Parte da aparente descontinuidade que as pessoas imaginam ver entre nossa espécie e os outros animais resulta de não termos espécies de nosso mesmo gênero convivendo conosco, nem espécies de outros gêneros que fizeram parte da história de nosso clado, como os Australopithecus, Kenyanthropus, Paranthropus, Ardipithecus, Sahelanthropus, entre outros. Um segundo erro, contudo, seria postular uma completa continuidade entre nossa espécie e as demais espécies. Como qualquer espécie de animal, nós temos características que nos são próprias, entre elas, uma evidente diferença no grau em que exibimos características como a comunicação simbólica e a produção de cultura (a ponto de podermos dizer que produzimos uma hipercultura). Parece-me, assim, essencial construirmos uma visão da evolução da espécie humana que combine continuidade e descontinuidade, elucidando como mudanças contínuas, graduais em características de nossos ancestrais resultaram na emergência de novidades qualitativas em nossa espécie, ou seja, mudanças em nossas características que chegaram a alterar nosso modo de evolução. Afinal, é largamente reconhecido que nossa espécie tem se transformado principalmente por um processo de evolução cultural, pelo menos desde a invenção da agricultura. Para construir este retrato mais adequado da evolução humana, devemos deixar de lado a eleição de características que supostamente nos separariam dos demais animais, mas que não sobrevivem a um escrutínio mais cuidadoso do que sabemos sobre eles. Houve época em que se pensava que nós éramos o único animal que produzia ferramentas. Nós não somos. Já se pensou que nós éramos os únicos animais que exibiam comportamento social complexo. Nós também não somos. Ainda hoje, há autores que sustentam que somente nós exibimos comunicação simbólica. Há evidências convincentes de que este não é o caso e as características de nossa linguagem que a diferenciam da linguagem de outros animais dizem respeito mais a questões de grau do que de gênero. É fundamental entender nossas semelhanças para que possamos compreender nossas diferenças em relação a outros animais. Somente assim poderemos construir não somente uma compreensão mais apropriada de nossa natureza, mas também da história evolutiva contingente que resultou em nossa espécie. Exploraremos nessa conversa várias semelhanças que exibimos com outros animais, em particular, com os chimpanzés, mas também mencionando bonobos, gorilas e orangutangos. Veremos como chimpanzés têm sido produtores de ferramentas desde pelo menos 4.300 anos atrás, como eles caçam grandes mamíferos cooperativamente e com divisão de trabalho, como eles se reconhecem no espelho (um teste para desenvolvimento normal da consciência em crianças humanas), como eles lançam campanhas de guerra contra comunidades vizinhas (e exibem, assim, uma triste característica em que nós somos pródigos, matar nossos co-específicos), apresentam comunicação referencial e funcional (possivelmente, simbólica) e são, como nós, animais produtores de cultura.
Próximo Evento

08/10/2007 – 18 horas

Professor Charbel Niño El-Hani do Instituto de Biologia da UFBa - Comportamento de primatas não-humanos e comportamento humano: Entendendo semelhanças para compreender melhor as diferenças.
O Café Científico acontece sempre na segunda semana de cada mês, nas segundas-feiras, a partir das 18 horas, na sede da Livraria Multicampi LDM, Piedade, Centro. A participação no Café é inteiramente gratuita.
Resumos - Café Científico na Semana de Ciência e Tecnologia

- 1 de outubro de 2007 – 17 horas
Asher Kiperstok (UFBA) - Mudanças tecnológicas e comportamentais para a sustentabilidade ambiental: seremos capazes?

Discutiremos o conceito de sustentabilidade ambiental da forma como é divulgado, procurando definir o nível de mudança necessário para que este possa ser atingido. Uma rápida reflexão sobre o crescimento do padrão de consumo atual nos leva
a conclusão que mudanças tanto comportamentais como tecnológicas radicais são necessárias para se pensar em sustentabilidade, mudanças que vão muito além dos clichês atualmente aceitos. Para se construir caminhos no sentido da sustentabilidade, nos apoiamos nos conceitos de produção limpa e ecologia industrial, no plano tecnológico e na proposta das "comunidades criativas" de Ezio Manzini para o plano comportamental.


- 3 de outubro de 2007 – 17 horas
Emerson Sales (UFBA) - Panorama ambiental global, consumo consciente e tecnologias limpas.

O planeta Terra vem sofrendo contínuas alterações em seus ciclos vitais, causadas pela ação (agressão) do homem, num modelo de sociedade que o enxerga apenas como fonte de insumos. Em função da gravidade dos danos já causados, a humanidade enfrentará tempos muito difíceis, caso medidas drásticas não sejam tomadas imediatamente, em todos os níveis e instâncias da sociedade. Hoje, cada indivíduo é convidado a refletir sobre o impacto ambiental do seu modo de vida, sobre a responsabilidade de cada ato seu, e as conseqüências para as futuras gerações. Torna-se imperativa a racionalização do uso de todos os recursos naturais e insumos em geral, incorporando o conceito de consumo consciente e as técnicas de produção mais limpa, e apoiando projetos e atividades relacionadas com o desenvolvimento sustentável. O planeta está exigindo um novo ser humano, mais participante, atento e solidário, que consiga desfrutar de todo o progresso que conquistou, mas causando menos impacto ao sistema Terra. Sabe-se que o planeta tem seus ciclos naturais, e nunca se pode garantir a continuidade de nenhuma espécie, mas pode-se ter a responsabilidade de evitar que fatores antrópicos continuem a interferir tanto no equilíbrio deste planeta, e precipitem o fim das várias espécies, inclusive a humana.


- 4 de outubro de 2007 – 17 horas.
Leandro Nunes de Castro (UNISANTOS) - Computação Natural: A Computação no Novo Milênio.

No final do século XVIII e início do século XIX, o mundo testemunhou a revolução industrial como um marco da história social humana. As economias baseadas em trabalho braçal começaram a ser substituídas por economias baseadas em produção através de máquinas e processos industriais. Já o século XX foi marcado por grandes avanços científicos e tecnológicos, pela invenção e desenvolvimento dos computadores e por descobertas sem precedentes nas ciências biológicas. Para o século XXI, que também marca a virada do milênio, a computação passará por diversas transformações, sendo que uma das novas tendências do milênio é a Computação Natural. Esta palestra apresentará uma caricatura ilustrada da computação natural, destacando algumas de suas principais aplicações práticas e perspectivas de pesquisa e desenvolvimento.


- 5 de outubro de 2007 – 18 horas.
Ângelo Loula (UEFS) - Jogos eletrônicos inteligentes e robôs inteligentes.

Jogos eletrônicos e robótica são dois desafios para pesquisas científicas e aplicações tecnológicas provindos da área de Inteligência Artificial. Considerada como o futuro dos jogos eletrônicos, a Inteligência Artificial oferece possibilidades pouco exploradas nesta área, cujo mercado movimentou mais de U$ 7 bilhões em 2005, somente nos EUA. Tanto jogos de entretenimento como jogos educativos podem ser aprimorados com a utilização de técnicas avançadas de Inteligência Artificial, particularmente em jogos que envolvem personagens (oponentes, aliados ou mesmo figurantes) não controlados pelo jogador humano, em jogos de primeira/terceira-pessoa ou mesmo em jogos de simulação. Também na área de robótica encontramos importante contribuição na aplicação da Inteligência Artificial, frente às perspectivas do setor, em especial ligada à robótica autônoma. O mercado de robótica, que movimenta U$ 11 bilhões anualmente com previsão de duplicação deste valor em 2011, é tradicionalmente ligado à área industrial, mas aponta direções para o desenvolvimento de aplicações não industriais e popularização desta tecnologia que deverá ser vista em ambiente doméstico, educacional, de entretenimento, de saúde, e de transportes. Uma competição organizada pelo Departamento de Defesa americano envolvendo veículos terrestres autônomos (sem condutor ou controle remoto) oferece, em sua atual terceira edição, prêmios totalizando 3,5 milhões de dólares. Outras competições também têm objetivado o desenvolvimento tecnológico em robótica autônoma, como o Sumô de Robôs e o Futebol de Robôs, que coloca o desafio de, em 2050, ter um time de 'robôs humanóides totalmente autônomos' capazes de ganhar do time humano campeão mundial de futebol.
Café Científico na Semana de Ciência e Tecnologia

O Café científico promoverá uma série de palestras na Semana de Ciência e Tecnologia, que ocorrerá de 1 a 7 de outubro de 2007, por convite da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) do Estado da Bahia. As palestras ocorrerão no Auditório do Palácio Rio Branco, na Praça Thomé de Souza (próximo ao Elevador Lacerda), s/n, nas seguintes datas e horários:

- 1 de outubro de 2007 – 17 horas
Asher Kiperstok (UFBA) - Mudanças tecnológicas e comportamentais para a sustentabilidade ambiental: seremos capazes?

- 3 de outubro de 2007 – 17 horas
Emerson Sales (UFBA) - Panorama ambiental global, consumo consciente e tecnologias limpas.

- 4 de outubro de 2007 – 17 horas.
Leandro Nunes de Castro (UNISANTOS) - Computação Natural: A Computação no Novo Milênio.

- 5 de outubro de 2007 – 18 horas.
Ângelo Loula (UEFS) - Jogos eletrônicos inteligentes e robôs inteligentes

Lembramos que o Café Científico é um local em que qualquer pessoa pode discutir desenvolvimentos recentes das várias ciências e seus impactos sociais. Ele oferece uma oportunidade para que cientistas e o público em geral se encontrem face a face para discutir questões científicas, numa atmosfera agradável. O evento é inteiramente gratuito e não necessita de inscrição.

Thursday, September 06, 2007

Café Científico Salvador comemora um ano
um ano contribuindo com a popularização da ciência na capital baiana

por Débora Alcântara

Na próxima segunda-feira (10), o Café Científico Salvador comemora o primeiro ano de existência. Desta vez, o médico e professor da Faculdade de Medicina da Ufba, Luiz Erlon Rodrigues, será o palestrante. Ele falará de verdades e mitos sobre o uso de vitaminas como drogas terapêuticas.
Desde setembro do ano passado, o evento vem contribuindo com a popularização da ciência, levando a um público heterogêneo, num clima descontraído, o que é tratado no espaço acadêmico. O evento é uma iniciativa do programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências das Universidades Federal e Estadual da Bahia (Ufba e Uefs) e da Livraria Multicampi LDM.
O Café Científico Salvador faz parte do padrão
Café Scientifique, uma rede mundial, que já conta com quase duas centenas de cafés espalhados pelo mundo. Surgido em 1998, em Leeds, Inglaterra, o evento tem o propósito de ofertar a diversos segmentos sociais a possibilidade de conhecer e discutir desenvolvimentos recentes das várias ciências e seus impactos na sociedade. Salvador é uma das quatro cidades brasileiras onde acontece uma forma de divulgação científica diferente dos padrões da academia. Além da capital baiana, o Café Científico também é praticado no Rio de Janeiro, Porto Alegre e, a partir deste mês, em Florianópolis.
“Temos tido o privilégio de ver nosso Café contribuir para uma visão socialmente mais compromissada da pesquisa que fazemos”, disse o coordenador do Café Científico Salvador, doutor em Educação pela USP e professor da Ufba, Charbel El-Hani. O evento, segundo o professor, consegue desfazer a imagem estereotipada do cientista como um ser distante da sociedade e até mesmo da realidade. “Acreditamos que nossa audiência tem tido a oportunidade de ver os cientistas como gente de carne e osso, e isso é essencial para uma imagem adequada da ciência”, ressaltou.
No evento, a regra para os cientistas palestrantes é falar de modo acessível à platéia, formada de estudantes de ensino médio a idosos e profissionais liberais. A experiência em Salvador vem se destacando pela participação interativa do público, de onde surgem diversos questionamentos e até mesmo provocações.
O dono da filial LDM em Salvador, Primo Maldonado destaca o caráter “proativo” do evento, que consegue congregar cientistas, clientes e escritores “num processo de desmistificação da ciência”. A cada edição do Café, um estande é montado para amostra de livros referentes ao tema tratado. Muitos dos títulos divulgados fazem parte da produção acadêmica baiana.

O Café Científico acontece sempre na segunda semana de cada mês, nas segundas-feiras, a partir das 18 horas, na sede da Livraria Multicampi LDM, Piedade, Centro. A participação no Café é inteiramente gratuita.

Sunday, August 26, 2007

Próximo Evento

10/09/2007 – 18 horas

Professor Luiz Erlon Rodrigues da Faculdade de Medicina da UFBa - Vitaminas - Verdades e Mitos. Vale à pena tomá-las?

Um importante alerta médico foi feito em 2005 com o lançamento do livro Vitaminas Verdades e Mitos do Dr. Luiz Erlon Rodrigues, contra os abusos da indústria farmacêutica que promove o uso excessivo de vitaminas, sem que a população saiba dos prejuízos que tal uso pode acarretar à saúde humana.
O livro mostra cientificamente, que a ingestão de alimentos variados, a exemplo de vegetais, carnes, peixes, ovos, leite e derivados pode ser amplamente suficiente para garantir o suprimento diário todas as vitaminas.
Segundo Dr. Erlon, o uso de vitaminas como drogas terapêuticas, remédios para curar doenças, diferentes daquelas carenciais, não é uma boa conduta médica, e afirma que: “As vitaminas se constituem no maior placebo inventado no século vinte e trazido para o século vinte e um pelo poder econômico”. A indústria farmacêutica movimenta bilhões de dólares anuais com as vitaminas aproveitando-se da crendice, da hipocondria, da angústia e do estresse da população a qual prefere comer mal e rápido a investir numa refeição mais completa.
Doses dessas substâncias, maiores que as fisiológicas se constituem em desperdícios muitas vezes perigosos. Por exemplo: Um indivíduo adulto necessita diariamente de 60 mg de vitamina C. No entanto, um comprimido efervescente de um conhecido medicamento contém 1 grama. Quando tomado, os primeiros 60 mg absorvidos saturam as proteínas de transporte plasmático da citada vitamina e os 940 mg restantes não são aproveitados e, portanto eliminados, principalmente por via urinária dentro das duas horas seguintes. Isso sem considerar que mulheres grávidas que tomam vitamina C em altas doses e por períodos longos, podem induzir no feto uma enzima que destrói o excesso da vitamina C e, depois do nascimento, ao se alimentar do leite materno que é pobre nessa vitamina a criança continua a destruí-la, levando-a ao escorbuto.
As vitaminas ditas lipossolúveis (A D E K) são perigosas, quando tomadas em altas doses e por longos períodos. Um indivíduo adulto do sexo masculino necessita de 10 mg de vitamina E por dia. Contudo, a dose comumente encontrada nas cápsulas desta vitamina é de 400 mg. Isto corresponde a 40 vezes aquela que realmente necessária. Alguns profissionais da área de saúde receitam 2 a 3 cápsulas diárias. Nessas circunstâncias, se esse tratamento se prolongar por mais de duas semanas, podem surgir sinais decorrentes de superdosagens como: náuseas, cefaléia, fadiga muscular, sangramento facilitado e mesmo hemorragias.
Se grande parte dos médicos, principalmente aqueles ditos ortomoleculares, não receitassem esses placebos e, eticamente dissessem aos seus pacientes que eles deveriam alimentar-se melhor e, melhorassem suas qualidades de vida com atividades físicas e menos estresses, com certeza essas crendices tenderiam a diminuir aos poucos. Contudo, a pressão da indústria farmacêutica, aliada à crescente mercantilização da medicina, pervertem tudo. Finalmente, o dinheiro gasto na compra de vitaminas deveria ser investido na melhoria da própria alimentação, aliás, bem mais barata.
Polêmico, o livro Vitaminas Verdades e Mitos desafia o pensamento clínico corrente, desmascarando ícones vitamínicos da importância do ácido ascórbico e dos tocoferóis (vit. C e E).

Tuesday, August 07, 2007

Para saber mais - apresentação 13/08/2007

é possivel saber mais sobre o tema, "Fractais", nos livros e revistas recomendados abaixo:


Será que Deus Joga Dados? A nova matemática do caos. Stewart, I. Jorge Zahar, 1991.

Caos: a criação de uma nova ciência. Gleick,J. Editora Campus, 1991.


Complexidade & Caos. Nussenzveig, H.M. UFRJ, 2003

Dos Ritmos ao Caos. Bergé, P.; Pomeau, Y.; Dubois-Gance. Unesp, 1996.


Caos, uma introdução. Ferrara, N.; Prado, C. Ed. Edgard Blucher, 1994.

The Fractal Geometry of Nature. B. B. Mandelbrot. W. H. Freeman and Company, 1977.


Comet: Jackson Pollock's Life and Work. Kirk Varnedoe in JacksonPollock, by KirkVarnedoe, with Pepe Karmel. Museum of Modern Art, 1998.

Fractal Analysis of Pollock's Drip Paint. R. P. Taylor, A. P.Micolich andD. Jonas in Nature, Vol. 399, pg 422; 1999.

Fractals of the Classroom. Part One: Introduction to Fractals and Chaos. PEITGEN, Heinz-Otto; JÜRGENS, H.; SAUPE, D. New York:Printer-Verlag, 1992.
Resumo da apresentação do dia 13/08/2007

Fractais

Por José Garcia Vivas Miranda do Instituto de Física da UFBa

A forma com que o homem representa a natureza, seja nas artes ou nasciências, sofreu diversas modificações ao longo da história. Emespecial, a representação do espaço, iniciando nas pinturas rupestres até os intrigantes quadros de Jackson Pollock. Em meados do séculopassado, em meio a uma revolução na forma em que a ciência revia seusmodelos cartesianos para o novo paradigma da complexidade, surge umanova representação do espaço, os fractais. Até então inúmeros sistemas naturais deixaram de ser estudados por serem demasiado complexos ou osmodelos possíveis de serem implementados, eram deveras simples paraserem úteis. Desde então se iniciou uma chuva de trabalhos científicosna busca de reconhecer este novo padrão nos mais inusitados sistemasnaturais; dentre eles: nuvens, alvéolos pulmonares, couve-flor, árvores,chuva, montanhas, estrelas e cidades. Basicamente se notou que o difícilera encontrar algo que não fosse fractal! Com isso ficou claro que setratava de um padrão natural de estruturação das formas, mas por que anatureza evolui nesta direção? O que de fato representa este padrão? Ocomportamento humano também segue este modelo? Em que podemos aplicareste conhecimento? Essas e outras perguntas serão discutidas em nossobreve encontro.
Próximo Evento

13/08/2007 – 18 horas

Fractais com o professor José Garcia Vivas Miranda do Instituto de Física da UFBa.

Monday, July 09, 2007

Para saber mais - apresentação 09/07/2007

é possivel saber mais sobre o tema, "Mudanças Climáticas e suas Implicações Espaciais", nos livros e revistas recomendados abaixo:


CONTI, J. B. Clima e meio ambiente. 1 ed. São Paulo: Atual, 1998.

HARTMAN, D. Global physical climatology. San Diego: Academic Press, 1994.

MOLION, L. C. B. Aquecimento global: fato ou ficção? Revista do Instituto de Edições Pedagógicas, São Paulo, ano 1, nº 4, p. 6-9 nov. 2001.

NUNES, L. H. Mudanças climáticas globais. Revista Terra Livre, vol. 1, nº 18, AGB, São Paulo, 2002.
Resumo da apresentação do dia 09/07/2007

Mudanças Climáticas e suas Implicações Espaciais

por Emanuel Fernando Reis de Jesus do Departamento de Geografia da UFBa

A preocupação em torno das mudanças climáticas globais e da degradação da natureza deixou de ser um tema exclusivo dos profissionais da área ambiental. O papel decisivo dessas condições sobre o futuro da humanidade vem despertando uma série de discussões em várias partes do mundo.
De forma direta ou indireta o clima sempre esteve presente em todas as atividades desenvolvidas pelo homem desde os primórdios, daí a sua extrema importância até os dias contemporâneos. O estudo do clima compõe um importante capítulo do estudo da natureza, sobretudo quando o seu enfoque encontra-se direcionado, principalmente, para uma perspectiva de interação entre a natureza e a sociedade.
O clima é um sistema extremamente complexo, regido por múltiplas interações entre os diversos subsistemas (hidrosfera, biosfera, criosfera e atmosfera). Um grande espectro de escalas temporais e espaciais nele intervém. O oceano mais particularmente, exerce um efeito considerável sobre o clima global do planeta, uma vez que, inúmeras trocas de massas e de energia - por meio de gases, água e calor - proporcionam assim, a existência de um sistema altamente integrado. Nesses complexos processos de trocas, os oceanos têm um papel relevante na manutenção do equilíbrio climático da Terra.
A história natural do clima é caracterizada pela alternância de períodos quentes intercalados por períodos mais frios, que marcaram profundamente inúmeros eventos ocorridos nas diversas eras geológicas. A variabilidade do clima é, portanto, um fenômeno natural que pode ser definido como a maneira pela qual os elementos climáticos (precipitações pluviométricas, temperatura, umidade do ar, dentre outros) variam no interior de um determinado período de registro de uma série temporal.
A expressão mudança global do clima é definida como o conjunto de alterações climáticas causadas pelo aquecimento adicional da superfície e atmosfera da Terra em função das concentrações atmosféricas de gases de “efeito estufa” resultantes das atividades humanas.
Os gases do efeito estufa existem naturalmente na atmosfera, sendo os principais o vapor d´água, o dióxido de carbono (CO2), o ozônio (O3), o metano (CH4), e o ôxido nitroso (N2O). Esses gases têm a propriedade de absorver parte da radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre. Como conseqüências das atividades humanas, as concentrações de gases de “efeito estufa” vêm aumentando. Além dos gases já citados, novos gases com as mesmas propriedades, mas apenas produzidos pelo homem, passaram a ser também lançados na atmosfera, incluindo os clorofluorcarbonos (CFCs), hexafluoreto de enxofre (SF6) dentre inúmeros outros. Nos dias atuais a qualidade do ar sobretudo nas grandes metrópoles vem sendo cada vez comprometido, com sensíveis reflexos sobre à saúde humana.
Enfim, o aquecimento global é hoje uma realidade, suas repercussões se manifesta sob os mais diferentes aspectos, dentre os quais podemos citar: aumento do nível dos oceanos causado pelo derretimento das geleiras e pela expansão térmica do volume de água; elevação das temperaturas médias da superfície da ordem de 1,5º a 4,5ºC; derretimento dos gelos do mar; tendência a um aumento global das chuvas a partir da elevação dos níveis de vapor d´água presentes na atmosfera; aumento da ocorrência de furacões dentre inúmeras outras manifestações meteoroclimáticas.

Próximo Evento

09/07/2007 – 18 horas

Professor Emanuel Fernando Reis de Jesus do Departamento de Geografia da UFBa - Mudanças Climáticas e suas Implicações Espaciais.

Tuesday, June 05, 2007

Resumo da apresentação do dia 11/06/2007

Dança na Cultura Digital: Quando a Metáfora de Frankenstein Assombra as Artes do Corpo

Por Ivani Santana da Escola de Dança da UFBa

Esta comunicação pretende suscitar uma reflexão sobre a relação arte-ciência-tecnologia dentro do escopo da dança. Considerando o momento vigente como a fase da Cultura Digital, o intuito é refletir sobre quais os olhares que recaem sobre as novas mídias e suas conseqüências no mundo e nas artes do corpo, estas principalmente por serem foco desta apresentação. Tais visões parecem estar ligadas ainda ao que denomino Metáfora de Frankenstein, a qual delata a existência dos tecnoclastas em contrapartida aos tecnomaníacos, respectivamente demarcando o grupo daqueles que percebem as tecnologias como nefastas e maléficas a humanidade, e os outros que as consideram a salvação de todos os tempos. Esses posicionamentos serão revistos em uma análise sobre os entendimentos e as produções existentes no campo da dança com mediação tecnológica.
Próximo Evento

11/06/2007 – 18 horas

Professora Ivani Santana da Escola de Dança da UFBa - Dança na Cultura Digital: Quando a Metáfora de Frankenstein Assombra as Artes do Corpo

Friday, May 04, 2007

Para saber mais - apresentação 14/05/2007

é possivel saber mais sobre o tema, "O que você bebe em seucopo d’água?", nos livros e revistas recomendados abaixo:

Norma Felicidade, Rodrigo Constante Martins e Alessandro André Leme. Uso e Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil; Volume I; Velhos e Novos Desafios para a Cidadania.

José Galizia Tundisi. Água no Século XXI; Enfrentando a Escassez.

Carlos E. de M. Bicudo e Denise de C. Bicudo. Amostragem em Limnologia.

Aldo Rebouças, Benedito Braga e José Galizia Tundisi. Águas Doces no Brasil: Capital Ecológico, Uso e Conservação. Academia Brasileira de Ciência.

F.A. Estesves. Fundamentos de Limnologia. FINEP/Interciência. Recursos Hidroenergéticos: Usos, Impactos e Planejamento Integrado. Programa de Pós-graduação em Ciências da Engenharia AmbientalCRHEA-SHS-EESC-USP

Rodrigo Constante Martins e Norma Felicidade L. S. Valencio (organizadores). Uso e Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil; Volume II; Desafios Teóricos e Político-Institucionais.

Marcos Gomes Nogueira, Raoul Henry e Adriana Jorcin (organizadores). Ecologia de Reservatórios: Impactos Potenciais, Ações de Manejo e Sistemas em Cascata; Segunda Edição.
Resumo da apresentação do dia 14/05/2007

O que você bebe em seucopo d’água?
Por Eduardo Mendes da Silva do Instituto de Biologia da UFBa

O ser humano sempre buscou viver próximo às águas. As antigas e as atuais civilizações sempre buscaram locais onde houvesse água em abundância. Água para beber, água para dispor os resíduos da sociedade. Com o crescimento populacional, associado ao crescimento tecnológico, uma crise de conflitos passou a existir. Vários setores da sociedade apresentam suas demandas por água, afetando sua quantidade e qualidade. Em termos de quantidade podemos apenas gerir o problema aos níveis local e regional, pois o volume de água no planeta é fixo. A água é um recurso reciclável sim, mas não renovável. Com relação à qualidade temos um problema também de grande dimensão. O uso múltiplode água na sociedade atual fez com que os conflitos se acentuassem: água para beber, água para a indústria, água para a agricultura e água para diluir os esgotos. Olhando o problema brasileiro temos uma questão legal que desintegra a gestão da água. Ao inventarmos a expressão recursos hídricos e termos ma lei específica para isto, apropriamo-nos apenas do que nos interessa para abastecimento e uso humano, deixando as outras águas de lado. A gestão das águas no Brasil é desintegrada, desconectada da proteção dos ecossistemas e busca apenas prover água de mais longe para as populações ávidas em gastar mais água. Ao nível doméstico temos um outro problema gritante, não confiamos na água que nos é servida na torneira, embora a compremos como potável. A questão da eutrofização das águas com as florações indesejáveis e a inviabilidade do uso dessas águas para o consumo humano tem despertado muito interesse por parte da comunicação social é sim uma realidade que temos que conviver. Enfim, um mundo de problemas ainda para ser resolvido dentro do nosso copo d'água.
Próximo Evento

14/05/2007 – 18 horas

Professor Eduardo Mendes da Silva do Instituto de Biologia da UFBa - O que você bebe em seucopo d’água?

Sunday, April 08, 2007

Café Científico na Mídia 4 - Correio da Bahia







08/04/2004

Salvador Ganha Café Científico

Salvador entrou desde o ano passado na rota do Café Científico, atividade de divulgação científica que ocorre em vários países, incluindo Japão, Argentina, Coréia do Sul, Estados Unidos, Inglaterra e Bangladesh. Criado em Leeds, na Inglaterra, em 1998, há atualmente cerca de 180 versões. No Brasil, além da capital baiana, o evento acontece no Rio de Janeiro e Porto Alegre. O Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (Ufba/Uefs) e a LDM – Livraria Multicampi são os promotores do Café Científico em Salvador, uma vez por mês.
O Café Científico é uma oportunidade para que cientistas e o público em geral se encontrem para discutir questões científicas, num ambiente agradável e descontraído. No dia 12 de fevereiro, às 18h, aconteceu mais uma edição do evento, com o tema: “Por que comemorar o dia Darwin? A importância da teoria darwinista da evolução”. O palestrante foi o professor Charbel Niño El-Hani, do Instituto de Biologia/Ufba, coordenador do programa.
O evento é inteiramente gratuito e não necessita de inscrição. O local é a LDM – Livraria Multicampi, localizada na Rua Direita da Piedade, nº 20. “O envolvimento da LDM é muito importante, não apenas como espaço para os debates. É fundamental que essas discussões aconteçam fora da universidade, para aproximar mais a sociedade da ciência”, faz questão de frisar El-Hani. O Café Científico ocorre na segunda semana de cada mês, sempre às segundas-feiras. No primeiro encontro participaram 40 pessoas, público que foi se ampliando até chegar a 130 na última edição.
Em fevereiro, excepcionalmente, foram programados dois encontros. O segundo, dia 26, com o tema “Fontes Alternativas de Energia: Seus Benefícios e seus Impactos”, teve como palestrante o professor Jailson Bittencourt, do Instituto de Química da UFBA.
O primeiro Café Científico realizado em Salvador foi em setembro de 2006, com o professor Saulo Carneiro, do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia, abordando o tema “De onde viemos, para onde vamos? As velhas perguntas e os recentes avanços da cosmologia”. Entre os temas abordados nas demais sessões destaque para a Síndrome de Down e para o projeto Universidade Nova. Em maio o coordenador participará de um encontro dos cafés científicos de todos os países que aderiram ao programa, na Inglaterra, para analisar os eventos e identificar novas temáticas.

Tuesday, April 03, 2007

Para saber mais - apresentação 09/04/2007

é possivel saber mais sobre o tema, "O mundo quântico", nos livros e revistas recomendados abaixo:

Fernanda Ostermann, et al, “Desenvolvimento de um software para o ensino de fundamentos de Física Quântica.” Física na Escola, v. 07, p. 22-25, 2006.

Ivan Oliveira – Física moderna para iniciados, interessados e aficionados, Livraria da Física, 2005, Caps. 3, 5 e 7.

Olival Freire e Rodolfo Carvalho – O Universo dos quanta, Editora FTD, 1997.

Olival Freire, “As interpretações conflitantes da mecânica quântica”, Scientific American Brasil, edição especial “Os grandes erros da ciência, pp.86-91, 2006.

Osvaldo Pessoa, Conceitos de Física Quântica, 2 vols., Livraria da Física, 2006.

Robert Gilmore - Alice no País do Quantum, Jorge Zahar Editor, 1998.

Quânticos – Os homens que mudaram a Física, edição especial da Scientific American Brasil, série Gênios da Ciência, número 13, 2006.
Resumo da apresentação do dia 09/04/2007

O mundo quântico
Por Olival Freire Jr. do Instituto de Física da UFBa

A idéia de que o mundo microscópico (átomos, moléculas, partículas subatômicas) tem propriedades muito estranhas, quando comparadas com o mundo da nossa experiência cotidiana (mundo macroscópico) surgiu com o advento da teoria quântica, criada entre 1925 e 1927. Desde então, a idéia de um mundo quântico (descrito pela nova teoria física) em contraposição a um mundo clássico (descrito pelas teorias físicas clássicas) se tornou moeda corrente na cultura da física. Contudo, a transição entre o quântico e o clássico, longe de ser um fenômeno bem resolvido, tem sido objeto de investigação sistemática nas últimas décadas, e essa investigação tem trazido novos elementos para a compreensão da própria teoria quântica. Explorar qualitativamente a idéia de um mundo quântico, e de sua conexão com o mundo clássico, será o tema do Café Científico.
Próximo Evento

09/04/2007 – 18 horas

Professor Olival Freire Jr. do Instituto de Física da UFBa –
O Mundo Quântico.

Wednesday, March 07, 2007

Para Saber Mais - apresentação 12/03

é possivel saber mais sobre o tema, “Cosmovisões indígenas: novos olhares sobre a natureza e a cultura”, nos livros recomendados abaixo:

Ellen, R. F. 1996. The cognitive geometry of nature: a contextual approach. In Descola, Ph. e Pálsson, Gísli, orgs. Nature and Society. Anthropological perspectives. Londres: Routledge

Descola, P. 1996. Constructing natures: symbolic ecology and social practice. In Descola, Ph. e Pálsson, Gísli, orgs. Nature and Society. Anthropological perspectives. Londres: Routledge

Lenoble, R. 1990. História da Idéia de Natureza. Lisboa: Ed. 70.

Gusdorf, G. 1985. Le Savoir Romantique de la Nature. Paris, Payot.

Nichols, A. 2004. Romanticism & Ecology. The Loves of Plants and Animals: Romantic Science and the Pleasures of Nature. Romantic Circles Praxis Series (Ed.: Wang, Orrin), University of Maryland.

Bateson, G. 1980. Mind and Nature. A necessary Unity: Fontan/Collins.

Ingold, T. 2000. The Perception of the Enviroment. essays on livelihood, dwelling and skill, Londres: Routledge Cap. 1 - Culture, Nature, environment. Steps to an ecology of life.

Thomas, K. 1988 [1983]. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e os animais, 1500-1800. São Paulo: Companhia das Letras. 454 pp.

Schama, S. 1995. Paisagem e Memória. São Paulo: Companhia das Letras. 627 pp.

Viveiros de Castro, E. 2002. A inconstância da alma selvagem - e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify. 552 pp.

Lévi-Strauss, C. 1970. O pensamento selvagem. Rio de Janeiro: Cia Editora Nacional.

Atran, S. 1993. Cognitive Foundations of Natural History. Towards an anthropology of Science. Paris / Cambridge, MSH/Cambridge Univ. Press.

Descola, P. 1986. La Nature Domestique: Symbolisme et praxis dans l' écologie des Achuar. Paris: Ed. MSH; ou a versão em inglês: Descola, Philippe 1996. In the society of nature: a native ecology in Amazonia, Cambridge: Cambridge University Press.

Serra, O. 2006. Um tumulto de asas: apocalipse no Xingu. Breve estudo de mitologia Kamayurá. EDUFBA. Salvador. 212 pp.
Resumo da apresentação do dia 12/03

“Cosmovisões indígenas: novos olhares sobre a natureza e a cultura”

Por Fábio Pedro de Souza Ferreira Bandeira do Departamento de Biologia da UEFS


A oposição entre natureza e cultura é fundadora de uma tradição intelectual que marca profundamente o pensamento moderno, já nos indicava o historiador Keith Thomas em seu livro “O homem e o mundo natural”. Ela alimenta o chamado “mito da natureza intocada” que alicerça o paradigma dominante da corrente mais ortodoxa da biologia da conservação, aquele que rejeita um modelo de preservação onde a sociedade esteja incluída como um dos elementos dos ecossistemas.

O pensamento moderno trata a natureza separada da cultura e designa prioridade ontológica para a primeira. Para Peter Dwyer, antropólogo australiano, isto é análogo à separação do organismo do ambiente que caracteriza a biologia. A verdade pode ser que a idéia de selvagem, que supõe o último refúgio da natureza, não é mais do que uma tentativa de representar um lugar imaginário como um símbolo concreto. Segundo Dwyer, ´Natureza´ como conhecem os ocidentais é uma invenção, um artefato. Para ele, prova disso é que se por um lado natureza e cultura são opostas como categorias discretas, por outro, elas aparecem como momentos num continuum que pode ser de desenvolvimento ou evolutivo. O paradoxo é bem conhecido; ele se refere à tensão entre produto e processo, entre entidade e relação. Não haveria outras possibilidades epistemológicas? A mente “selvagem” nos convida a essa reflexão.

Nessa palestra vamos explorar, tangencialmente, o esboço do que poderia ser a cosmovisão de um povo indígena da caatinga, os Pankararé, com quem aprendemos a ver o Raso da Catarina com outros olhares; não como um ambiente inóspito, de paisagem monótona e morfologia plana, mas como um lugar povoado de nomes, seres encantados, habitado por signos e seres diversos, monumentos; não uma natureza intocada mas transformada e totalmente mapeada. Ai se forja uma etnicidade, uma diferenciação dos não-índios, sertanejos bem parecidos com eles nas roupas, nos rostos, no modo de produção, nos costumes alimentares; isto porque no pensamento Pankararé não há cultura sem natureza nem natureza sem cultura, não há uma linha divisória definida, ai talvez esteja a diferenciação, a construção de sua própria identidade.

Como veremos, as cosmovisões indígenas não trazem em seu bojo esta antinomia, natureza/cultura. Elas lançam outros olhares, como bem exemplificam os Pankararé, e com isso estabelecem tanto no plano simbólico quanto no material uma série de inter-relações entre o que o pensamento moderno separa, fragmenta, institui como definitivo e real. Explorar tais cosmovisões e buscar entendê-las não é apenas um exercício de etnografia minucioso e imprevisível, isto pode nos levar a reformular, ou pelo menos refletir sobre, nossas próprias idéias, valores e atitudes em relação ao ambiente e aos outros seres vivos; quem sabe ai estão os fundamentos de uma ética ambiental universal, que integre as diversidades de visões sobre nosso lugar e nosso papel nesse (s) mundo (s).
Próximo Evento

12/03/2007 - 18:00 horas

Fábio Pedro de Souza Ferreira Bandeira (Departamento de Biologia/UEFS) - Cosmovisões indígenas: novos olhares sobre a natureza e a cultura.

Wednesday, February 28, 2007

Café Científico na Mídia 3 - Correio da Bahia






27/02/2007


Cientista faz palestra em livraria

O Café Científico, uma iniciativa inusitada, vem chamando cada vez mais a atenção da população de Salvador. Uma vez por mês, o público fica cara a cara com um cientista baiano para ouvir e debater temas atuais e recentes pesquisas sobre as mais variadas áreas do conhecimento humano. Ontem, foi a vez dos baianos ouvirem uma palestra sobre fontes alternativas de energia e seus benefícios e impactos sobre a vida de todos nós, ministrada pelo doutor em química Jailson Bittencourt, da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Os encontros, realizados sempre no auditório da LDM - Livraria Multicampi, na Piedade, fazem parte do Programa em Ensino, Filosofia e História das Ciências, da Ufba e da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Na platéia, uma diversidade de perfis, de acadêmicos a estudantes e clientes da própria livraria, revela que o interesse sobre a ciência é latente e aparece sempre que estimulado. “É hora da Bahia se orgulhar também de seus cientistas e não apenas da axé music”, afirmou Charbel el-Nani, coordenador do Café Científico. A palestra de ontem, por exemplo, apresentou dados e conjecturas que justificam a necessidade de encontrar novas fontes de energia e diminuir a dependência dos combustíveis fosséis, responsáveis por 70% de toda energia que consumimos.

Sunday, February 25, 2007

Resumo da apresentação do dia 26/02

“Fontes Alternativas de Energia: Seus Benefícios e seus Impactos”

Por Jailson Bittencourt do Instituto de Química da UFBa

Dentre os grandes desafios atuais e futuros da humanidade, Energia e Ambiente ocupam posições de destaque. Vários estudos recentes têm demonstrado que as questões energética e ambiental são os maiores desafios da humanidade na primeira metade do século XXI. O crescimento atual da demanda energética é significativo e não poderá ser suprido apenas pelas atuais fontes, em especial os combustíveis fosseis, ao passo que a queima de petróleo, carvão e gás natural tem contribuído fortemente para o crescimento das concentrações de dióxido de carbono na atmosfera refletindo de forma danosa no clima global do planeta. Ou seja, muitos dos problemas ambientais dependem diretamente da forma como a energia é produzida e/ou usada. Certamente, que outras questões relacionadas com água, alimentos e pobreza desafiam a humanidade e também estão relacionadas com Energia e Ambiente.

Nos próximos 50 anos as necessidades de energia atingirão cerca de 30 a 60 Terawatts e a sustentabilidade ambiental requer que as fontes sejam limpas e de baixo custo. Atualmente, os principais componentes da matriz energética são óleo, carvão e gás natural, que representam mais de 75% da matriz (Figura 1). Estimativas demonstram que em cinqüenta anos estes componentes representarão cerca de 30 % da matriz resultando na necessidade de incremento da produção de energia através de outras fontes, tais como: biomassa, fissão e fusão nuclear, hidroelétrica, geotérmica, eólica e, especialmente, solar.

Figura 1. Matriz energética em 2003.


No cenário energético atual um novo conceito emergiu: “segurança energética”, que significa muito mais do que proteger refinarias e oleodutos contra ataques terroristas, mas sim a capacidade de manter a máquina global funcionando, isto é, produzindo combustíveis e eletricidade suficientes, a preços acessíveis, para que todos os países possam, pelo menos, manter sua economia operando e o seu povo alimentado. No caso das economias emergentes como Brasil, Índia e China a demanda de energia está aumentando tão rápido que pode dobrar até 2020, o que coloca a questão energética e ambiental como uma questão global onde um dos principais desafios é produzir, estocar e transportar combustíveis derivados de biomassa (e.g. etanol e biodiesel), hidrogênio e metanol, de forma sustentável, bem como captar, estocar e transportar energia solar.

A amplitude do desafio energético e ambiental atual e futuro não permitem o desenho de uma solução, mas requer várias soluções. No caso do Brasil combustíveis derivados de biomassa podem ser a alternativa mais viável atualmente e num futuro próximo.

Próximo Evento

26/02/2007 - 18:00 horas

Jailson Bittencourt (Instituto de Química/UFBa) – Fontes Alternativas de Energia: Seus Benefícios e seus Impactos.

Saturday, February 03, 2007


Resumo da apresentação do dia 12/02
“Por que comemorar o dia Darwin? A importância da teoria darwinista da evolução”

Por Charbel Niño El-Hani do Instituto de Biologia da UFBa


A busca pela construção de uma explicação naturalística do mundo ao nosso redor, bem como de nós mesmos, pode ser vista como uma das grandes aventuras do intelecto humano. O naturalista inglês Charles Robert Darwin, nascido em 12 de fevereiro de 1809 e falecido em 19 de abril de 1882, foi uma das figuras centrais na construção de tal explicação. Assim, nada mais justo do que comemorarmos no dia 12 de fevereiro de cada ano o Dia Darwin, como meio de homenagear este grande personagem na história do conhecimento humano.


A teoria darwinista da evolução tornou possível pela primeira vez explicar de maneira convincente a diversidade da vida e as adaptações dos organismos de uma perspectiva naturalista. Com esta realização, o darwinismo surgiu como um contraponto poderoso ao argumento do planejamento dos seres vivos por algum tipo de inteligência superior, mais notadamente, por alguma divindade. Este feito se mantém controverso até os nossos dias. Estas controvérsias seriam diminuídas, contudo, se em vez de engajar-se em combates entre distintas formas de compreender a realidade, os seres humanos reconhecessem e, inclusive, celebrassem a capacidade de nosso intelecto de conceber uma diversidade de explicações para o mundo ao nosso redor e para nossa própria existência. Entre estas explicações, certamente o darwinismo figura como uma grande realização, bem como a narrativa da história do mundo e de suas características desde uma perspectiva naturalista, falando em termos gerais.

Embora geralmente reduzida à seleção natural, a teoria darwinista da evolução inclui mais quatro outras idéias: a idéia de que a evolução ocorre; de que os seres vivos partilham ancestrais comuns; de que a variação dentro de uma espécie origina as diferenças entre espécies; e de que a evolução é gradual. É fundamental compreender este ponto, bem como a natureza do mecanismo de seleção natural, de maneira que dedicaremos a estes dois aspectos considerável atenção em nossa fala. A compreensão de que há várias idéias combinadas no darwinismo torna possível deixar de lado alguns equívocos que são recorrentes nos debates sobre a teoria evolutiva, como, por exemplo, o de que uma crítica a um determinado aspecto da teoria darwinista implica que esta tenha sido ou esteja em vias de ser abandonada pela comunidade científica. De fato, há notáveis debates na comunidade científica sobre a teoria darwinista da evolução, como, por exemplo, aqueles que dizem respeito à natureza gradual do processo evolutivo. Estes debates não implicam, contudo, que se esteja pondo em questão a idéia de que a evolução ocorre (virtualmente consensual entre os biólogos atuais), ou de que a seleção natural tem um papel importante neste processo (embora seja cada vez mais aceita a participação igualmente importante de outros mecanismos). Estes debates também não implicam que o caráter naturalista da explicação do processo evolutivo esteja sendo, ou deva ser, de algum modo deixado de lado pela comunidade científica. Para esclarecer estes pontos, buscaremos mostrar que o próprio darwinismo evoluiu ao longo do tempo, de modo que a teoria evolutiva aceita atualmente não é idêntica à teoria elaborada por Darwin. Este é outro equívoco recorrente nos debates sobre o darwinismo, assim como o de que, supostamente, a teoria darwinista nunca teria sido questionada pela comunidade científica. Ela foi e continua sendo ativamente questionada. Assim, daremos atenção também aos debates contemporâneos na biologia evolutiva, destacando avanços recentes na compreensão das relações entre desenvolvimento e evolução, e suas conseqüências para a questão do gradualismo do processo evolutivo.

Wednesday, January 31, 2007

Próximos Eventos

12/02/2007 - 18:00 horas

Charbel Niño El-Hani (Instituto de Biologia/UFBA) – Por que comemorar o dia Darwin? A importância da teoria darwinista da evolução.

26/02/2007 - 18:00 horas

Jailson Bittencourt (Instituto de Química/UFBa) – Fontes Alternativas de Energia: Seus Benefícios e seus Impactos.

O evento é inteiramente gratuito e não necessita de inscrição. O local é a LDM – Livraria Multicampi, na Rua Direita da Piedade, 20, Piedade. O Café Científico ocorre na segunda semana de cada mês, sempre às segundas-feiras. O telefone da livraria é (71)2101-8000.

Informações podem ser conseguidas também no telefone (71) 3263-6568. Informações gerais sobre a iniciativa dos Cafés Científicos podem ser conseguidas no seguinte sítio: http://www.cafescientifique.org.

Saturday, January 06, 2007

Resumo da apresentação do dia 08/01
Projeto Universidade Nova: Reinventando a Universidade. “

por Naomar Monteiro de Almeida Filho
Reitor da Universidade Federal da Bahia

A proposta da Universidade Nova compreende uma reestruturação curricular radical dos programas de formação universitária que vem ganhando adeptos em todo o país. A principal alteração prevista é a implantação de Bacharelados Interdisciplinares (BI), cursos de pré-graduação que serão requisitos para a graduação de carreiras profissionais e para a formação acadêmica de pós-graduação. O BI deve durar três anos, abrangendo grandes áreas do conhecimento: Artes & Humanidades, Ciências & Tecnologias. Seu currículo será predominantemente optativo, com três componentes: cursos-tronco, formação geral, formação específica. Os módulos gerais poderão incluir filosofia (lógica, ética e estética), história, antropologia, literatura e estudos clássicos, pensamento matemático, princípios e uso de informática, política e cidadania, ecologia, além de uso instrumental da língua brasileira e língua estrangeira moderna. Os módulos específicos serão optativos e oferecidos aos que concluíram a formação geral e pretendem antecipar cursos básicos das carreiras profissionais. Como a prioridade de matrícula será concedida por rendimento, haverá permanente estímulo ao bom desempenho dos alunos que pretendem usar o BI como via de entrada à formação profissional ou à pós-graduação acadêmica. O diploma do BI dará ao egresso maior flexibilidade no acesso ao mercado de trabalho. Haverá opções de prosseguimento para formação profissional, se o aluno for aprovado em processos seletivos específicos, em licenciaturas e carreiras específicas, e ingresso diretamente no Mestrado, e daí ao Doutorado, caso pretenda tornar-se professor ou pesquisador.
A estrutura curricular da Universidade Nova permitirá a captação de estudantes vocacionados para certas áreas de formação (como, por exemplo, as artes e as ciências com forte componente lógico) por meio de iniciativas de esclarecimento, sedução e recrutamento. Docentes, pesquisadores e atuantes (no sentido latouriano) de cada área de conhecimento e setor de inserção profissional terão maiores chances de lançar suas redes e suas iscas, ainda no momento interdisciplinar do BI, para pescar os latentes talentos desconhecidos. Assim, aptidões ocultas poderão ser reveladas a tempo de direcionar de modo adequado as carreiras profissionais, científicas e artísticas dos estudantes universitários.
A Universidade Nova inspira-se fortemente na obra de Anísio Teixeira. Anísio analisou com lucidez o que Boaventura Santos depois veio a chamar de crise de identidade da instituição universitária, considerando os dilemas cruciais da Universidade ao longo da sua história. Anísio foi também premonitório na detecção dos problemas estruturais da universidade brasileira que levaram ao processo de expansão desenfreada ocorrida nos anos 1990. Por uma dessas ironias históricas, entre tantas perseguições que sofreu por parte de setores políticos conservadores, foi por causa de projetos de reforma universitária que seus adversários conseguiram afastá-lo da vida pública, em duas oportunidades: em 1935, com a Universidade do Distrito Federal, por ele concebida e implantada, e em 1964, quando o governo militar reprimiu brutalmente a experiência da Universidade de Brasília, onde Anísio ocupava o cargo de Reitor.
De fato, há grandes convergências ideológicas, formais e operacionais entre a proposta de Anísio Teixeira (com o sistema de cursos universitários propedêuticos) e a arquitetura curricular do projeto Universidade Nova (como Bacharelado Interdisciplinar). Entretanto, há diferenças flagrantes entre ambas as propostas e o college norte-americano ou o Bachelor europeu. Por um lado, a pré-graduação da universidade norte-americana é mais longa que o BI e aceita desde programas com estrutura curricular totalmente aberta até cursos pré-profissionais. Por outro lado, o Bachelor do primeiro ciclo do Processo de Bolonha resulta profissionalizante e especializado, o que é contraditório com a essência interdisciplinar do nosso BI. Nesse caso, apesar de, por diversas razões, haver semelhanças entre o modelo europeu atual e a proposta da Universidade Nova (duração trienal equivalente, caráter predominantemente público da educação superior, manutenção de cursos profissionais no segundo ciclo etc.), as diferenças de contexto entre os espaços universitários europeu e latino-americano são grandes o bastante para desaconselhar uma adesão formal ao Processo de Bolonha. Embora uma ampla compatibilidade seja positiva, neste mundo globalizado, qualquer submissão será fatal (como tem sido em todos estes anos de história da educação superior brasileira) para o cumprimento do mandato humboldtiano da universidade como lugar de concepção e construção da identidade nacional.